As inserções do PT e do PSDB veiculadas no horário eleitoral gratuito na noite de hoje (27) exploraram a comparação entre os modelos de governo que representam os dois candidatos à sucessão presidencial e pediram aos eleitores que não deixem de votar neste domingo (31) em razão do feriado prolongado. O candidato do PSDB, José Serra, investiu na estratégia adotada durante a campanha de minimizar a experiência pública da adversária do PT, Dilma Rousseff, e de sugerir que ela não “dará conta do recado”. A petista, por sua vez, apostou no confronto entre as iniciativas das gestões do PSDB e do PT à frente do governo e disse que a eleição do tucano trará retrocessos à economia.

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A peça do PSDB já começou em tom elevado, com a comparação entre as biografias de Serra e Dilma, destacando a suposta inexperiência administrativa da petista e criticando sua atuação como secretária da Fazenda em Porto Alegre (RS) na gestão do ex-prefeito Alceu Collares (PDT). “Não havia dinheiro para pagar funcionários, o lixo parou de ser recolhido. Porto Alegre era o caos”, acusou o locutor. A inserção mostrou ainda o depoimento do advogado Políbio Braga, ex-secretário da Fazenda de Porto Alegre que assumiu a pasta depois da petista. “Não tinha um único centavo para pagar sequer o trabalho mensal. A Dilma é absolutamente despreparada.”

O locutor da peça ressalta que a candidata do PT “nunca se submeteu ao julgamento do povo” e alegou que a petista só foi escolhida ao posto porque “os favoritos do PT caíram por escândalos”, em uma referência aos ex-ministros José Dirceu (PT) e Antônio Palocci (PT). A inserção afirmou ainda que o candidato do PSDB é contra a violência que seria praticada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), enquanto a petista conta com o apoio do movimento, e voltou a mostrar o vídeo, proibido pela Justiça Eleitoral, em que o senador Fernando Collor (PTB-AL) declara apoio à petista. No final da peça, Serra relembrou o afastamento da ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra, envolvida em denúncia de tráfico de influência. “O candidato precisa dar o exemplo e não pode aceitar más companhias e deixar roubar na sala do lado.”

A inserção do PT deu início às críticas ao PSDB já na primeira locução, na qual um ator sugeriu que o governo do PSDB não olhava para as pessoas, mas apenas para números sob o olhar da economia. Em seguida, a candidata exaltou as conquistas do atual governo e apontou que, durante o governo anterior, do presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC), “a economia e o povo iam mal”. A petista acusou ainda a gestão do PSDB de ter trazido arrocho salarial e desemprego ao País, destacando que o governo do PT trouxe uma “revolução” ao Brasil. “O meu adversário tem criticado a ação econômica desse governo. Ele não explica o que quer fazer ou o que dizer sobre isso”, afirmou.

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Na sequência, a propaganda alegou que o candidato do PSDB mudou de posição sobre o programa Bolsa Família durante a campanha, justificando a mudança pela incapacidade do tucano em entender “a mudança social” promovida pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com a petista, a candidatura de Serra esconde um perigo. “Chegamos onde chegamos e não podemos voltar à estaca zero”, afirmou a petista, referindo-se à uma virtual vitória do PSDB. “Esse é o grande perigo que se esconde por detrás do modelo de governo que meu adversário representa”, afirmou. Na inserção, a candidata também parabenizou o presidente Lula pelo aniversário, hoje (27), quando completou 65 anos.

A propaganda rebateu mais uma vez acusação feita pelo PSDB na inserção veiculada ontem (26) de que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva entregou a exploração do petróleo brasileiro a 108 empresas, 55 nacionais e 53 estrangeiras. De acordo com o locutor, Serra tentou “confundir” o eleitorado. “As regras que permitem a exploração de petróleo por empresas estrangeiras foram estabelecidas pelo governo tucano e não valem para o pré-sal”, afirmou A explicação foi endossada por falas da candidata do PT no debate da Rede Record, promovido na última segunda-feira (25). “A questão é que, no modelo anterior, tudo ficava para empresa privada estrangeira ou para qualquer empresa. Agora não.”

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