Com a efetivação de Michel Temer (PMDB) na Presidência da República, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), se torna na prática o vice-presidente do Brasil até fevereiro de 2017, quando deixará o comando da Casa.

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A posição reforça a estratégia do parlamentar de tentar se firmar como o principal interlocutor de Temer no Congresso, além de acentuar a influência da antiga oposição (PSDB, DEM, PPS e PSB) dentro da base aliada.

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O presidente da Câmara já terá a oportunidade de assumir o comando do País nos próximos dias, quando Temer viajará para a reunião do G-20 na China.

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Ainda em setembro, Maia deverá assumir a Presidência outra vez, pois Temer pretende viajar para os Estados Unidos para participar da Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Nova York. Até o fim deste ano, há ainda outras chances de Maia assumir o posto, uma vez que há o planejamento de várias viagens para Temer “se apresentar” ao mundo.

Maia foi eleito presidente da Câmara em julho, em uma articulação que uniu a direita e grande parte da esquerda para derrotar Rogério Rosso (PSD-DF), candidato de Eduardo Cunha e do Centrão – grupo de 13 partidos da base liderado por PP, PSD e PTB. A eleição significou uma espécie de revanche para Maia, que, dois meses antes, tinha sido preterido por Temer na escolha do líder do governo. O escolhido foi o deputado André Moura (PSC-SE).

Desde que assumiu a presidência da Casa, Maia vem aproveitando o cargo para aumentar sua influência junto a Temer. Ele tem a seu favor a desconfiança do Planalto com o atual líder do governo e a histórica distância entre Temer e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o que o ajuda a se cacifar como um dos principais interlocutores do governo no Congresso. Agora, como substituto de Temer, a expectativa é de que sua força aumente.

Por meio de Maia, a antiga oposição também aumenta sua influência para a eleição do presidente da Câmara para o mandato 2017-2018. O deputado do DEM não pode disputar reeleição, mas há vários pré-candidatos de seu partido e principalmente do PSDB para o posto. O Centrão, que nunca engoliu a derrota sofrida para Maia, promete marcar ainda mais posição, o que pode afetar a união da base e prejudicar Temer.

PFL

O DEM não ocupava a vice-presidência da República desde 2002, último ano do mandato do pernambucano Marco Maciel como vice-presidente de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Naquele ano, quando a legenda ainda se chamava PFL (Partido da Frente Liberal), Maciel chegou a assumir o comando do País em fevereiro, por sete dias, durante viagem de FHC à Europa.

Três perguntas para Rodrigo Maia:

1. Será possível aprovar o ajuste fiscal?

Rodrigo Maia – Aprovar o ajuste o fiscal não é questão de possibilidade, mas de necessidade para o País.

2. Como avalia as tensões entre PMDB e PSDB em torno dos rumos do ajuste?

As tensões estarão encerradas com o fim do julgamento do impedimento da presidente Dilma Rousseff.

3. Do que depende o sucesso do governo Michel Temer?

O sucesso do governo Michel Temer depende, diariamente, da clareza das ações do governo e da aprovação de leis que recuperem o equilíbrio fiscal do Brasil.