O operador de propinas Lúcio Bolonha Funaro e sua defesa iniciaram nesta quinta-feira, 6, a produção dos anexos de sua proposta de delação premiada que será entregue ao Ministério Público Federal. Com revelações sobre a corrupção que envolve medalhões do PMDB, ele promete entregar provas dos pagamentos relacionados ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) – que também corre contra o relógio, em busca de um acordo.

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Transferido nesta quarta-feira, 5, do Complexo Penitenciário da Papuda para a carceragem da Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal, a mudança de domicílio prisional foi pedida pelo criminalista Antonio Figueiredo Basto, para permitir a montagem dos anexos, em versão formal para ser entregue à Procuradoria-Geral da República (PGR) e à Procuradoria do Distrito Federal.

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Funaro está preso desde julho de 2016, em Brasília, alvo da Operação Sépsis, um desdobramento da Lava Jato que apura corrupção e desvios nos Fundo de Investimentos do FGTS, da Caixa. Ele seria o arrecadador das propinas em nome de Cunha – preso desde outubro de 2016, em Curitiba.

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Nas últimas três semanas, enquanto participava das audiências do processo da Sépsis, na Justiça Federal de Brasília, Funaro vinha escrevendo os resumos do que entregará se o acordo de colaboração for fechado. Além de detalhar sua atuação para o PMDB da Câmara, o futuro delator promete explicar sua relação com o presidente, Michel Temer.

Os delatores do Grupo J&F apontaram Funaro como operador financeiro do PMDB da Câmara, grupo político de Cunha e Temer.

Há duas semanas, após uma das audiência da Sépsis, Funaro chegou a se reunir por cerca de 30 minutos com o procurador Anselmo Cordeiro Lopes em uma sala reservada onde discutiu os principais temas que delatará. Anselmo é o procurador das operações Sépsis e Greenfield – que também apura desvios em investimentos de fundos federais.

A colaboração espontânea feita por Funaro na Sépsis serviu para o Ministério Público Federal embasar o pedido de prisão do ex-ministro Geddel Vieira Lima, detido na segunda-feira, 3, pela Polícia Federal, após uma decisão do juiz Vallisney.

A prisão foi baseada nos depoimentos de Funaro e Joesley Batista, um dos donos do Grupo J&F. No pedido enviado à Justiça, a PF e o MPF sustentam que Geddel estaria agindo para atrapalhar as investigações e que o objetivo seria evitar que Cunha e Funaro firmassem o acordo de colaboração.

Temer e Geddel negam envolvimento em irregularidades.