Enquanto o Aliança pelo Brasil, partido que o presidente Jair Bolsonaro pretende criar, planeja eventos para coleta de assinaturas de apoio em 21 Estados até o fim de fevereiro, outras três legendas em formação já passaram dessa fase e aguardam análise do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A Corte ainda não marcou datas para julgar os pedidos de registro dessas legendas. O TSE não é obrigado a seguir a ordem cronológica das solicitações para decidir se uma legenda em formação reúne as condições para lançar candidatos nas próximas eleições.

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Aparecem na fila de julgamento de pedidos de registro o Partido Nacional Corinthiano (PNC), que entrou na lista em agosto de 2018, o Partido da Evolução Democrática (PED), em outubro de 2018, e o Partido Nacional Social Democrático Cristão (PNSDC), incluído na pauta em agosto de 2019.

O PNC é inspirado na “democracia corinthiana”, movimento dos anos 1980 em que os jogadores do Corinthians se engajaram nas decisões do clube. Atletas como Sócrates e Casagrande começaram a votar e a opinar em questões como o meio de transporte que time usaria para ir a jogos em outras cidades ou contratações. Em texto sobre a criação do partido, o presidente do PNC, Juan Antonio Moreno Granjeiro, elege como maiores bandeiras a saúde, a educação, o esporte e o meio ambiente, “com apoio às organizações sociais na discussão democrática, sem exclusão de ninguém”. O PNC não se classifica nem como de esquerda, nem de direita nem de centro.

Outra sigla que aguarda julgamento da corte eleitoral, o PED diz, em sua página na internet, que sua principal luta é contra os impostos e se opõe a radicalismos políticos. “Somos contra a cobrança abusiva de impostos, que sempre deixa lesão por onde passa, seja do trabalhador ao empregador. Somos um partido de centro, desprovido do radicalismo da esquerda e da falta de piedade dos que dizem ser partidos de direita”, afirma Gilson da Silva Lima, presidente do PED.

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Procurado, José Feliciano Coelho, presidente do PNSDC, disse que só poderia responder aos questionamentos sobre seu partido em fevereiro. No seu site, a legenda em criação lista, como base, os princípios cristãos, preocupação com “a família brasileira”, respeito à propriedade privada e aos direitos humanos. A tentativa de criação do partido havia sido barrada pelo TSE em 1994. Catorze anos depois, os diretores da sigla fizeram novo pedido à Corte, sem a necessidade de passar pela coleta de assinaturas.

Além do PNC, o PED, o PSDC e o Aliança, há mais 73 partidos em criação no Brasil, de acordo com o TSE. O País já tem 33 partidos em atividade.

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Barreiras

O número de partidos em formação continua grande mesmo após a aprovação de regras mais rígidas para a distribuição de fundo partidário e de tempo de TV na reforma eleitoral de 2017. Segundo a cláusula de barreira, apenas partidos que elegeram ao menos nove deputados federais em nove Estados diferentes, e atingiram 1,5% dos votos totais para a Câmara em 2018 têm acesso a dinheiro público e espaço televisivo.

A regra vai ficando mais rígida a cada quatro anos. Em 2022, por exemplo, será necessário obter ao menos 2% dos votos válidos e ter eleito 11 deputados federais em, no mínimo, oito Estados.

No último dia 10 de dezembro, o Tribunal Superior eleitoral aprovou o 33.º partido político no País, o Unidade Popular. A legenda se declara como sendo de “esquerda revolucionária e popular”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.