A festa unificada de 1º de Maio promovida pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e Central dos Sindicatos do Brasil (CSB) no Anhangabaú, centro paulistano, nesta quinta-feira, 01, foi marcada por elogios ao governo, no palanque e em entrevistas, e vaias da plateia.
Assim como no evento da Força Sindical, a maior parte de quem foi ao Vale do Anhangabaú estava interessada nos shows musicais. Segundo os organizadores, o ato das três centrais reuniu cerca de 80 mil pessoas. Para a Polícia Militar foram apenas 3 mil.
O público jovem perdeu a paciência durante os discursos e vaiou indiscriminadamente quem tentou falar. Nas duas vezes em que o nome de Dilma foi citado as vaias aumentaram.
Presente ao ato, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), também foi vaiado e nem chegou a subir no palanque. O ex-ministro da Saúde e pré-candidato do PT ao governo paulista, Alexandre Padilha, falou rapidamente e escapou dos apupos. Os discursos foram todos na linha da defesa do governo e repúdio ao “retrocesso” de uma vitória eleitoral da oposição.
Em entrevistas, os dirigentes das entidades classificaram como positivo o pacote de bondades anunciado na véspera, em cadeia de TV, pela presidente Dilma Rousseff. Os sindicalistas saudaram o anúncio da manutenção da política de valorização do salário mínimo e a correção da tabela do Imposto de Renda, mas cobraram empenho da petista com a base aliada para votar projetos sobre a redução da jornada de trabalho e o fim do fator previdenciário e mudanças na política econômica.
“Foi um dos melhores pronunciamentos dela por atender à classe trabalhadora”, disse Vagner Freitas, da CUT, central ligada ao PT. “Mas o governo ainda está devendo o rompimento com a política econômica conservadora de aumentar juros para combater a inflação”, completou Adilson Araújo, presidente da CTB.
No início da tarde os presidentes das centrais telefonaram para Dilma para elogiar o pronunciamento. A presidente agradeceu o contato. O ministro das Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, rebateu críticas da oposição de que o pronunciamento tenha sido eleitoreiro. “A presidente de um governo que defende os trabalhadores não poderia deixar de falar ao povo no dia dos trabalhadores”, disse o ministro.