Após dois dias de negociações para fechar “negócios da China”, a presidente Dilma Rousseff aproveitou a manhã de hoje, na primavera de Pequim, para conhecer a Cidade Proibida. Acompanhada da filha Paula, de ministros, assessores e do acupunturista Gu Hanghu, Dilma percorreu as alas dos palácios imperiais que abrigaram as dinastias Ming e Qing e deixou uma mensagem no livro de visitantes.
“É uma experiência fantástica a visita à Cidade Proibida, onde a China de outrora mostrava a sua força e riqueza. Hoje, a China recupera em outras bases o seu desenvolvimento. É muito importante a parceria entre o Brasil e a China”, escreveu a presidente, no livro com capa dourada.
O governo comunista reforçou a segurança nas principais entradas da Cidade Proibida e interrompeu o fluxo de turistas no momento em que Dilma andava pelos pavilhões. Ela visitou o museu e ficou encantada com a arquitetura das edificações coloridas, construídas entre 1406 a 1420. Depois, quis saber por que todos os telhados ostentavam nas extremidades estatuetas de pequenos animais, como cachorros e dragões.
“Acreditava-se que eles guardavam a casa contra os maus espíritos e traziam sorte”, explicou o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, que fala mandarim. “Vocês vão ver, quando eu voltar, o que eu vou por lá no Palácio”, disse Dilma, em tom bem humorado, dirigindo-se aos repórteres.
No tempo dos imperadores, que viviam ali com suas esposas e concubinas, o número de
estatuetas no telhado indicava a posição social dos ocupantes das residências, o grau na hierarquia. Quanto mais poder, mais bichos.
A cada porta que passava, na cidade dentro da cidade, Dilma parecia descobrir um mundo diferente. “Nossa, olha que beleza!”, exclamava ela. Ao entrar no Harmony Hall, principal prédio do complexo, a presidente viu a escultura de uma garça, no jardim, e ficou curiosa. “A garça é símbolo do quê?”, perguntou à cicerone. “Longevidade”, respondeu a guia.
Diante de um painel indecifrável aos olhos ocidentais, Dilma parou por alguns segundos. “Onde está o ideograma da paz?”, indagou. Antes de se despedir da Cidade Proibida – cenário do filme “O Último Imperador”, de Bernardo Bertolucci -, ela ainda posou para fotos com diplomatas que cuidam das relações com o Brasil na chancelaria chinesa. “Eu espero voltar em breve”, comentou.
