Tiro pra todo lado

Na Bahia, ex-presidente Lula volta a atacar ‘as elites’

Em dois eventos na Bahia, nesta segunda-feira, 12, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva mostrou que pretende manter o discurso adotado pelo PT nas últimas eleições para tentar garantir a reeleição da presidente Dilma Rousseff. Lula atacou “as elites”, que para ele “estão incomodadas” por “ter de repartir o bolo”, e não poupou a imprensa.

O ex-presidente participou do evento de inauguração do campus Bahia da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) São Francisco do Conde, a 67 quilômetros de Salvador. Na capital, foi a estrela do evento de anúncio da coligação que vai apoiar o candidato governista, Rui Costa (PT).

Lula defendeu tanto o governo Dilma quanto a gestão da Petrobras, alvo de denúncias de possíveis irregularidades administrativas, e atacou a oposição. “A única coisa que eles sabem fazer é acusação”, disse, entre aplausos entusiasmados de petistas e integrantes de partidos aliados, em Salvador. “Eles esquecem de dizer que, quando eu cheguei à Presidência, a Petrobrás valia US$ 15 bilhões no mercado de ações. Eles agora dizem que a Petrobras caiu, mas ainda assim a Petrobras vale US$ 98 bilhões.”

Em outro momento, o ex-presidente defendeu diretamente a gestão da estatal nos últimos anos e disse não temer a CPI da empresa. “Essa elite adversária nossa já tinha levantado questões sobre a Petrobras em 2009, o (ex-presidente da estatal) Sérgio Gabrielli, a (atual presidente) Graça Foster e outros diretores já cansaram de ir ao Congresso falar que quando Pasadena foi comprada era um bom negócio”, disse. “Acho que eles estão interessados em fazer caixa de campanha, porque não tem outra explicação para essas acusações.”

Lula usou o próprio casamento para justificar a compra da refinaria norte-americana. “Quando a gente faz um negócio, ele pode ser ótimo ou pode ser ruim”, argumentou. “Quando eu casei com a Marisa foi um bom negócio? Se eu tivesse separado teria sido um mau negócio? Não, porque quando eu casei era um bom negócio, por isso eu casei com ela. Ora, a Petrobras fez um bom negócio, porque naquele momento era muito interessante. Se teve um problema com o petróleo, paciência, mas já voltou a dar lucro outra vez.”

Sobre a CPI da estatal, Lula disse estar tranquilo. “Quer fazer, faça, e pague o preço de fazer se as coisas estiverem certas”, ameaçou, antes de dizer que é alvo da imprensa. “Nós temos de ter consciência que nós temos como instrumento da oposição contra nós uma parte dos meios de comunicação deste país. Temos de trabalhar a imprensa local, o jornalzinho da cidade, a rádio da cidade. Eles têm muita importância.”

Balela

Direta e indiretamente, o ex-presidente também criticou os candidatos de oposição a Dilma. Um dos lemas da campanha do presidenciável do PSDB, Aécio Neves, o chamado “choque de gestão”, por exemplo, foi chamado de “balela” por Lula. “É a maior balela que já ouvi neste país”, ironizou. “Toda vez que alguém fala em choque de gestão, o resultado é corte de salário e dispensa de trabalhador.”

Além disso, Lula alfinetou os avanços apontados por Neves em Minas Gerais, Estado que governou, e pelo pré-candidato do PSB à presidência, Eduardo Campos, em Pernambuco. “É só ver quem são nossos adversários e ver qual a política social que eles fizeram nos Estados, para ver se não tem um dedinho do governo federal”, argumentou. “Quem cuida dos pobres em Minas Gerais? É o governo federal. E em Pernambuco? É o governo federal. Ninguém é tolo de acreditar que quem não fez em 500 anos vai fazer agora.”

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