Mulheres tentam romper um domínio dos homens

De 20 candidatos nas eleições majoritárias do Paraná, somente três são mulheres. As representantes femininas na disputa são Gleisi Hoffmann (PT) e Sandra Borges (PSL), que concorrem ao Senado e Ana Lúcia Pires (PRTB), ao governo do Estado. Elas procuram trazer a uma área essencialmente dominada por homens, um estilo de diferente de fazer política.

Gleisi avalia que a entrada das mulheres nesse campo mudou a pauta das políticas públicas. A candidata explica que temas do universo feminino – relacionados a prestar cuidados ao outro – começam a ser mais explorados. ?É com a atuação política das mulheres que foram criados conselhos tutelares, conselho do idoso, conselhos da criança e do adolescente. As mulheres têm tendência de investir na área social, buscando políticas públicas que fortaleçam as pessoas. A tendência masculina é a do macroinvestimento?, afirma.

Na linha feminina de fazer política, Gleisi estabeleceu três áreas para atuar: união de lideranças do Estado para fortalecer a representação em nível nacional a fim de conseguir investimentos federais, políticas públicas para a mulher e para a infância.

Na opinião de Gleisi, ainda é muito difícil a inclusão da mulher na política. ?Não conseguimos eleger um número de candidatas que reflita a quantidade de eleitoras. Isso ocorre porque a participação da mulher na política é muito recente?, explica, lembrando que somente na década de 1940 as mulheres conseguiram autonomia de voto.

Para superar as barreiras que dificultam o acesso a cargos eletivos, Gleisi acredita que é necessária a implantação de ações afirmativas orientadas a estimular a representação feminina. ?É preciso investimento em capacitação de mulheres nos partidos e a criação de fundo eleitoral específico?, diz.

Segundo Gleisi, as mulheres na política são vistas como menos corruptas que os homens. ?Acredito que está no subconsciente coletivo que as mulheres são mais honestas que os homens?. Segundo ela, há também um estudo da ONU indicando que em países com maior número de mulheres eleitas, os índices de corrupção são menores.

Cenário favorável

Foto: Divulgação

Sandra: cenário favorável.

A assistente social Sandra Borges acredita que o cenário político atual é favorável à entrada de mulheres para a vida pública. Na opinião de Sandra, as mulheres são menos corruptas e começam a fazer política dentro de casa, com os filhos. ?Entendo que a política se inicia na criação e na formação familiar dos filhos. Inicia com a distinção de certo e errado?, afirma.

Sandra disse que se candidatou por não suportar mais a imoralidade na política. Ela afirma que pretende lutar pela inclusão social. Entre suas propostas destaca que a prioridade está nas áreas de educação, saúde e segurança.

Sensibilidade

Foto: Divulgação

Ana Lucia: sensibilidade.

Já na avaliação de Ana Lúcia Pires, a diferença crucial entre o homem e a mulher na política está na sensibilidade feminina. ?É isso que faz a diferença. A mulher ouve mais as opiniões das pessoas?. E é com base nessa sensibilidade que Ana Lúcia pauta algumas de suas propostas. ?Estou propondo a criação da universidade do povo, com o objetivo de capacitar jovens para o primeiro emprego e de reinserir adultos com mais de 40 anos no mercado de trabalho. Outro ponto fundamental é ampliar investimentos em saúde, assim como criar vagas em creches para todas as crianças do Estado?, disse.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo