Manifestações

Mulheres convocam atos contra Bolsonaro para este sábado

Imagem do evento em protesto contra o candidato à presidência da república, Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução/Facebook
Imagem do evento em protesto contra o candidato à presidência da república, Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução/Facebook

Após repercutir em redes sociais a campanha #EleNão, o movimento de mulheres contra Jair Bolsonaro (PSL) está organizando atos públicos pelo país neste sábado (29). A previsão dos organizadores é que milhares de mulheres vão às ruas em protesto contra as pautas defendidas pelo capitão da reserva, que é líder nas pesquisas de intenção de voto para presidente da República.

Há atos programados em cerca de 60 cidades do Brasil. Também estão previstas manifestações em outros países, como Irlanda, Estados Unidos, Alemanha, Argentina, Espanha, Holanda, Inglaterra, Portugal e França. O movimento pede às mulheres que usem lenços e outros peças de vestuário na cor roxa, que é o símbolo da manifestação.

Em Curitiba, o ponto de encontro será a Boca Maldita, no centro da cidade, às 16h. Dez mil afirmam que comparecerão, enquanto outros 19 mil demonstraram interesse. Saiba onde acontecerá a manifestação aqui.

Em São Paulo, a maior cidade brasileira, a concentração do movimento organizado por mulheres acontecerá no Largo da Batata, a partir das 15h. Na página do evento no Facebook, 80 mil tinham confirmado presença e 233 mil demonstrado interesse em comparecer até 17 horas de sexta-feira (28). No Rio de Janeiro, a movimentação será na Cinelândia, a partir das 15h, com 39 mil confirmados e 76 mil interessados.

Em Belo Horizonte, o ato sairá da praça Sete de Setembro ao meio-dia e o evento conta com 14 mil confirmados e outros 52 mil interessados. Em Brasília, uma manifestação está agendada para às 15 horas na Rodoviária Plano Piloto e já tem 7,4 mil confirmados e 14 mil interessados no evento que organiza o ato no Facebook.

Não são apenas as mulheres

Na esteira da manifestação de mulheres, outros grupos organizam, também em redes sociais, atos contra o presidenciável do PSL. Um evento no Facebook, por exemplo, chama educadores para ato na capital paulista (4,4 mil confirmados e 28 mil interessados, até a noite desta quarta) no mesmo local e horário da manifestação de mulheres.

Outro evento no Facebook convoca, além de mulheres, negros e LGBTQs para se reunirem no domingo (30), na Cinelândia, no Rio de Janeiro. O evento tinha 28 mil pessoas confirmadas e outros 113 mil interessados até a quinta-feira (27).

Um manifesto contra Bolsonaro também foi lançado por um grupo de personalidades. O documento “Pela Democracia, pelo Brasil” já foi assinado por advogados, empresários, artistas e ativistas e critica o projeto do presidenciável.

O que está na pauta

Os grupos que organizam os atos pelo Brasil deixam claro que o evento é apartidário e não representa apoio a nenhum candidato a presidente. “Esse é um movimento suprapartidário, estamos aqui contra a ascensão de um candidato que ofende princípios democráticos e adota um discurso de ódio, preconceituoso e irresponsável. Estamos juntas e juntos por uma política onde há respeito e diálogo”, diz a descrição de um evento agendado para acontecer em Porto Alegre e que na quinta-feira (27) já contava com 21 mil confirmações de presença e outros 41 mil interessados.

A campanha com a hashtag #EleNão começou na última semana e chegou a famosas como Daniela Mercury, Anitta e Letícia Sabatella.

Reação e riscos

Em resposta, internautas pró-Bolsonaro, que criaram a hashtag #EleSim, se organizam para responder comentários em redes sociais com mensagens favoráveis a Bolsonaro.

O grupo Mulheres Unidas Contra Bolsonaro reuniu mais de 2 milhões de participantes nas redes sociais e chegou a ser hackeado. O nome chegou a ser alterado para “Mulheres com Bolsonaro #17”. Os perfis de administradoras do grupo original também foram invadidos.

Logo depois do ataque cibernético, Bolsonaro postou em sua página oficial a seguinte frase: “Obrigado pela consideração, Mulheres de todo o Brasil!”.

Dois presidenciáveis pediram investigações sobre o caso. Marina Silva (Rede) entrou com um pedido de investigação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra Bolsonaro para apurar a denúncia de ataque cibernético ao grupo no Facebook. Guilherme Boulos (PSOL) também pediu uma investigação ao TSE.

No Rio de Janeiro, uma organizadora do grupo foi agredida no início da semana, quando chegava em casa. Ela registrou um boletim de ocorrência. Várias mulheres do grupo foram agredidas verbalmente e receberam ameaças via internet.

Por causa do risco de haver conflitos, a organização dos protestos divulgou algumas dicas de segurança:

Confira as dicas

1. Leve um documento de identidade e celular carregado;

2. Vá e volte em grupo no transporte público e, durante o ato, procure ficar sempre em grupo;

3. Não provoque e não responda a provocações: convide suas companheiras para cantar ainda mais alto os gritos de ordem;

4. Planeje pontos de encontro com suas amigas;

5. Não corra;

6. Se estiver com crianças, fique nas pontas, não no meio da passeata;

7. Ajude idosos, pessoas com deficiência e quem mais precisar;

8. Anote um telefone de emergência no corpo;

9. Veja a previsão do tempo da sua cidade: se estiver sol ou calor, não esqueça o protetor solar e o chapéu; se a previsão for de chuva, leve algo para se proteger, como uma capa ou casaco impermeável;

10. Leve água e algum lanche prático para repor as energias;

11. Não leve bolsas/mochilas grandes e pesadas;

12. Use roupas confortáveis;

13. Leve sacola plástica para jogar o seu lixo; não descarte nada nas vias.

Outro lado

A reportagem tentou entrar em contato com integrantes da campanha de Bolsonaro, mas não foi atendida.

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