A Construtora Araújo Ltda, da mulher de José Henrique Sadok de Sá, diretor executivo do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), assinou contratos que somam pelo menos R$ 18 milhões para tocar obras em rodovias federais entre 2006 e 2011, todas vinculadas a convênios com o órgão. Sadok hoje acumula o cargo de diretor-geral interino do Dnit em substituição a Luiz Antônio Pagot, que tirou férias após ameaça de ser demitido em meio ao escândalo de corrupção no Ministério dos Transportes.

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A mulher de Sadok, Ana Paula Batista Araújo, é dona da Construtora Araújo, contratada para cuidar de obras nas rodovias BR-174, BR-432 e BR-433, todas em Roraima e ligadas a convênios com o Dnit, principal órgão executor do Ministério dos Transportes. A aplicação de aditivos, que aumentam prazos e valores, ocorreu em todos os contratos. Sadok trabalhou em Roraima em 2001, no antigo Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), como diretor de obras.

Irregularidades

A Construtora Araújo assinou em abril de 2006 um contrato de dois anos, no valor de R$ 7,2 milhões, com o governo de Roraima para obras de melhoria na BR-174, rodovia apontada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) como foco de irregularidades. A obra tocada pela mulher de Sadok refere-se a um dos lotes de um convênio firmado entre o governo de Roraima e o Dnit, no valor inicial de R$ 19,2 milhões. Desde 2006, a União liberou ao menos R$ 200 milhões para melhorias nessa rodovia, segundo dados do Portal da Transparência, do próprio governo.

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Só esse contrato da Construtora Araújo para a BR-174 rendeu três aditivos. Ana Paula Araújo aparece assinando o terceiro, em 2008. Em outros, ela nomeou procuradores. Um dos aditivos somou mais R$ 1,5 milhão ao contrato e outro aumentou o prazo para três anos de vigência. Já o próprio convênio do governo de Roraima com o Ministério dos Transportes recebeu pelo menos sete emendas durante sua execução.

Resposta

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Sadok disse que não tem influência nos contratos fechados pela empresa de sua mulher com obras de rodovias federais. “Eu não tenho nada com a empresa dela. Não me meto em nada. Se a empresa for bem, que vá bem, ser for mal, que vá mal. Não tenho nada com isso”, disse.

Sadok alega que a Construtora Araújo Ltda., da qual Ana Paula é dona, participa de concorrências públicas no governo de Roraima, o que impede que ele interfira em qualquer ação para favorecê-la. “As obras são de licitações legítimas no Estado. Ela não está ganhando porque eu sou o diretor executivo”, afirmou. “Não vou poder proibir uma empresa de exercer o seu direito”, disse.

Para ele, não há problema no fato de as obras serem vinculadas a convênios do Dnit. “Não vejo conflito de interesse. Quando cobro alguma coisa da obra, cobro do Estado, não da empresa”, justificou. “Ela não tem nenhuma obra com o Dnit. Você quer quebrar a empresa? Não pode trabalhar?”, questionou.

O diretor do Dnit contou que conhece Ana Paula desde 2001 e que vive com ela há cerca de quatro anos. “Não sou casado. É minha mulher hoje. É um relacionamento como todo mundo hoje tem. Já me separei cinco vezes, se bobear vou separar a sexta. O amor acaba”, afirmou. “Agora estamos juntos, juntamos as escovinhas. Você vai mexer com minha vida particular.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.