Por conta da equação em torno da reforma da Previdência, o presidente Michel Temer já avisou que as mudanças no primeiro escalão do governo acontecerão de forma paulatina, até março. O governo reconhece a pressão do PMDB para retomar o comando da Secretaria de Governo, que por enquanto segue nas mãos do tucano Antonio Imbassahy.
No Planalto o nome do deputado Carlos Marun (PMDB-MS) – que é indicado pela bancada do PMDB – já é tido como um dos mais cotados para substituir Imbassahy. No entanto, auxiliares diretos de Temer dizem que “ainda não houve uma definição final por parte do presidente” e que ainda há conversas a serem feitas para que o martelo seja batido.
Temer tem dito que será correto com o tucano, que tem dado demonstrações de lealdade, e que antes de qualquer mudança é preciso verificar as consequências que ela teria, principalmente na união da base. Uma fonte do Planalto reiterou que o presidente não tem pressa, calcula todos os reflexos de qualquer movimento antes de tomar a decisão e quer evitar que trocas causem estragos futuros.
O próprio ministro tucano busca arrefecer o apetite de aliados pela sua cadeira, tem tentado manter seu papel de articulação e em conversas com alguns parlamentares mostra um discurso afinado com Temer pela necessidade das reformas. Hoje, Imbassahy almoçou com o deputado André Moura (PSC-SE), líder do governo no Congresso Nacional.
O nome do atual presidente do Conselho do Sesi, ex-deputado João Henrique Sousa (PMDB-PI), que surgiu como uma indicação do ministro Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência), segundo interlocutores, já estaria praticamente descartado diante da resistência de parlamentares que disseram que o ex-deputado não tem mais trânsito no Congresso.