Cerca de 700 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) e de outros movimentos sociais montaram hoje acampamento em frente à Assembleia Legislativa de Minas Gerais, em Belo Horizonte. O protesto faz parte da Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária, que prevê manifestações simultâneas em 17 Estados, e os acampados devem permanecer no local até o fim da semana.

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O objetivo, segundo a organização do movimento, é “denunciar” a falta de avanço da reforma agrária e pedir apoio de órgãos estaduais na criação de infraestrutura e meios de capacitação de trabalhadores rurais em áreas de assentamentos de sem-terra. “A situação dos assentamentos é muito precária. Não tem estrutura nenhuma, não tem estrada e nem nada. Queremos que o governo dê estrutura aos assentamentos e a implantação da agroindústria”, afirmou Jurandir Amâncio de Almeira, integrante da coordenação do MST. Outra reivindicação apresentada é a “suspensão imediata de todas as reintegrações de posse no campo”.

Desde o início da manhã, ônibus de várias regiões do Estado começaram a chegar à Assembleia com os manifestantes. Na quinta-feira, o protesto deve ser engrossado por integrantes de outras entidades, como o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), que hoje deu início a uma marcha a partir das regiões leste, norte e Zona da Mata em direção à capital mineira. “Vamos parar em todas as cidades para fazer manifestações e panfletagens para mobilizar a população”, contou Paulo Tarso, integrante da direção do MAB em Minas.

Os grupos farão um protesto conjunto na quinta-feira no centro de Belo Horizonte e realizarão no fim de semana o 3.º Encontro dos Movimentos Sociais, com o tema “Minas não quer choque, quer terra, trabalho e educação”.

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Hoje, o secretário extraordinário para Assuntos de Reforma Agrária, Manoel Costa, se encontrou com os manifestantes na Assembleia e afirmou que amanhã deve fazer uma reunião com representantes de todos os órgãos estaduais ligados à área. O objetivo, segundo ele, é verificar como o governo pode ajudar a acelerar as ações.

“Isoladamente, (o Estado) não tem como fazer muita coisa. Vamos entrar em contato com o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) para uma ação conjunta. Às vezes, há ações que podem agilizar e intervenções que podem ajudar os assentamentos”, disse.

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Em relação às reintegrações de posse, Costa salientou que essa é uma questão judicial. Atualmente, em Minas, segundo a Comissão Pastoral da Terra (CPT), há cerca de 200 assentamentos, sendo 43 do MST. A direção do movimento afirma que também há no Estado aproximadamente 3,5 mil famílias em acampamentos à espera de desapropriações de terras.