Um grupo formado por cerca de 100 pessoas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) ocupou, de maneira pacífica, a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Araraquara (SP), entre 9h30 e 16h30 de hoje.
A ocupação seria por tempo indeterminado, mas, segundo a integrante da direção estadual do MST, Kelli Mafort, o objetivo, que era protestar contra os rumos atuais da reforma agrária, foram alcançados. Os sem-terra querem mais áreas para os acampados, melhorias de condições de vida nos assentamentos e também a saída do cargo do presidente do Incra estadual, Raimundo Pires da Silva.
Segundo Kelli, existem atualmente cerca de 2 mil famílias de sem-terra acampadas no Estado de São Paulo, por isso é necessário mais área para reforma agrária. Nos assentamento, ela diz que as situações estão precárias, desde o acesso à água (faltam poços artesianos) e o crédito para habitação. “Tivemos promessas não cumpridas”, afirmou Kelli.
Como a pauta de reivindicações já é conhecida, o MST quer a saída de Silva do comando do Incra em São Paulo. Ele ocupa o cargo há oito anos. “A proposta de nossa ocupação era por tempo indeterminado, pois os técnicos do Incra de Araraquara não têm poder de negociação”, acrescentou. Em assembleia, os sem-terra optaram pela saída do prédio do Incra depois de sete horas. “Continuaremos dispostos e mobilizados”, adiantou Kelli.
Os sem-terra que ocuparam a sede do Incra em Araraquara são de assentamentos e de acampamentos de Ribeirão Preto, Restinga, Orlândia e Serrana. A mobilização faz parte da jornada de lutas por reforma agrária do MST, que ocorre em várias regiões do Estado de São Paulo.