MST ganha prazo para deixar fazenda e fará ato em SP

Os 400 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) que invadiram segunda-feira, 22, a Fazenda Santo Henrique, da empresa Cutrale, em Borebi (SP), só vão desocupar a área às 12 horas de amanhã, 26. Os sem-terra vão sair em comboio da fazenda invadida e seguirão para o centro de Bauru para um ato público com a participação de deputados do PT.

O prazo de 24 horas dado inicialmente para a desocupação pelo juiz da 2ª Vara Cível de Lençóis Paulista, Mário Ramos dos Santos, venceria hoje. O juiz, que havia fixado uma multa de R$ 500 por invasor em caso de não cumprimento, acatou os argumentos do MST para o adiamento do período.

De acordo com a coordenadora Judite Santos, o movimento alegou a necessidade de preparar a estrutura de transporte para os sem-terra que deixaram acampamentos em outras regiões do Estado para participar da ocupação. A negociação entre o juiz e os sem-terra foi intermediada pela Polícia Militar (PM). O prazo maior foi festejado pelos invasores como uma vitória. A Cutrale informou que esperava o cumprimento da ordem judicial.

Ontem, os invasores voltaram a impedir a entrada de trabalhadores para a colheita de laranja. A coordenadora disse que o procedimento é de praxe em áreas ocupadas. “Não entramos na sede, nem em casas de funcionários, mas a entrada de pessoas é controlada pelo movimento”.

Os barracos foram montados em volta da sede e beirando as plantações, inclusive a área em que, na invasão de 2009, cerca de 12 mil pés de laranja foram destruídos por integrantes do MST. A área foi replantada com mudas novas. Judite chamou a atenção para o fato de que um talhão bem mais extenso do pomar ter sido renovado. “Para plantar mudas novas, a empresa cortou os pés de laranja que tinha e disso ninguém falou nada”, reclamou, referindo-se à repercussão negativa da derrubada do laranjal pelo MST. O movimento usou laranjas maduras para formar a frase “agrotóxico é crime” na entrada da fazenda e, com tinta branca, grafou “reforma agrária já, MST” no telhado da sede.

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