Integrante da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Paulo Rodrigues, avisa que o primeiro semestre desta ano será intenso, com muitas mobilizações e ocupações de terra.
“Por ser um ano de eleições, tudo o que a gente faria no ano inteiro vai ter de fazer nos primeiros cinco ou seis meses”, informa. “Além disso, é o último ano do governo Lula, que é um governo democrático, mas está deixando para trás um monte de promessas que não foram cumpridas.”
Rodrigues que participou nesta manhã da mesa Reforma Agrária, Agricultura Familiar e Soberania Alimentar, parte da programação do Fórum Mundial Social Temático Bahia, em Salvador, admitiu que a concentração dos eventos de mobilização no primeiro semestre vai ser feita para não prejudicar os partidos aliados nas eleições.
Ele citou PT, PSOL, e PSTU. “Temos de ter o cuidado de separar as alianças partidárias em um momento como esse, focar nas alianças com movimentos sociais, demarcar bastante a nossa luta em torno da reforma agrária”, avalia.
“Vamos também fazer uma campanha grande contra a criminalização dos movimentos sociais, porque nós achamos que vamos ser vítimas de um processo eleitoral e a forma de nos ‘vitimizar’ vai ser criminalizando nossa luta, como fizeram em Iaras (SP)”, diz Rodrigues, referindo-se à operação da Polícia Civil que, esta semana, prendeu integrantes e pessoas ligadas ao MST por causa da invasão, em outubro, da Fazenda Cutrale, em Borebi (SP). Entre os presos está uma vereadora e um ex-prefeito de Iaras, ambos filiados ao PT.