Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e funcionários da área de Saúde de Governador Valadares promoveram protestos para recepcionar a presidente Dilma Rousseff, que nesta segunda-feira (17), participou de dois eventos na cidade do leste mineiro.
Os primeiros cobram agilidade na reforma agrária, enquanto os funcionários do Hospital Municipal da cidade tentavam “sensibilizar” a presidente e a prefeita Elisa Costa (PT) para que libere pagamentos atrasados.
“A gente reconhece avanços na área social. Mas distribuição de renda e reforma agrária não houve. Em 2013, o governo assentou 5 mil famílias, que é menos do que foi assentado durante o governo do (Ernesto) Geisel, que era ditadura militar”, disparou Ênio Bohnenberger, da coordenação nacional do MST, segundo o qual ainda há pelo menos 105 mil famílias acampadas em áreas invadidas.
Por meio de sua assessoria, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) contestou o dado do diretor da entidade e afirmou que no ano passado foram assentadas 30.239 famílias.
Nos três primeiros anos de governo, o governo federal fez uma série de concessões aos ruralistas e ao agronegócio e, há meses de a presidente tentar a reeleição, tenta uma reaproximação com trabalhadores rurais.
Na semana passada, Dilma recebeu representantes do movimento após protesto que terminou em confronto com a polícia que resultou em mais de 30 de feridos em Brasília (DF).
“A gente achou estranho. Não tinha pedido de audiência. Ela (Dilma) chamou, mas não ofereceu nada”, declarou Bohnenberger. “Não temos nenhuma esperança de que haverá mais desapropriações este ano, por o Incra está sem recursos”, desabafou. “O governo prioriza o agronegócio, que chamamos de agricultura sem agricultor”, concluiu.