Com foices, facões e paus, um grupo do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) tentou entrar, na manhã de hoje, nas galerias do plenário da Assembleia Legislativa do Ceará. O grupo foi impedido por policiais militares que fazem a segurança da Casa. Houve confronto entre os manifestantes e a polícia. A deputada Rachel Marques (PT), ao tentar intermediar o conflito, acabou sendo atingida no rosto.
À tarde, parte do grupo foi recebida pelo presidente da Assembleia cearense, deputado Domingos Filho (PMDB), que se comprometeu em interceder junto ao governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), a fim de que sejam dados encaminhamentos a uma pauta de reivindicações elaborada pelo MST.
Entre os pedidos dos sem-terra estão a solução de problemas enfrentados por três acampamentos em Itapipoca, Amontada e Fortaleza. O MST também quer do governo um projeto produtivo emergencial para a criação de postos de trabalho e renda em assentamentos e comunidades rurais atingidos pelas secas.
De acordo com Domingos Filho, a restrição à entrada dos militantes do MST só foi feita porque alguns manifestantes portavam artefatos que poderiam oferecer algum tipo de perigo e, também, porque o número de manifestantes superava a capacidade máxima de lugares das galerias do plenário.
Com relação à agressão sofrida pela deputada Rachel, ele disse que o fato será apurado. A deputada não sabe se a agressão partiu dos manifestantes ou de policiais, mas, em pronunciamento, afirmou que os militantes do MST não poderiam ter sido impedidos de entrar.
Desde o início deste mês, os sem-terra fazem manifestações em Fortaleza. Ela fazem parte do movimento nacional “Abril Vermelho”. Já acamparam em frente à sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), onde interromperam o trânsito queimando pneus; tentaram invadir a sede do governo cearense, mas foram impedidos pela segurança; e, ontem, ocuparam a sede da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Semace).