Questionada sobre o aumento dos conflitos agrários no campo e a onda de ocupações protagonizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no chamado “Abril Vermelho”, a pré-candidata do PV à Presidência da República, senadora Marina Silva, disse hoje que a entidade deve respeitar o estado de direito quando realiza suas ações. “Considero legítima a luta que os sem-terra fazem pela reforma agrária, mas ela tem de ser feita dentro do Estado de Direito”, afirmou a pré-candidata, em Araçatuba, cidade do interior paulista.
Segundo ela, os conflitos só vão terminar quando o País conseguir introduzir uma reforma no campo que agrade tanto os sem-terra quanto os fazendeiros. “Não vou aqui opor agronegócio a sem-terra, mas devo lembrar que as agressões ocorrem dos dois lados”, disse a senadora, lembrando em seguida dos vários assassinatos de sindicalistas e líderes rurais que presenciou nos tempos em que morava no Acre.
De acordo com estudo divulgado ontem pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), nos últimos 25 anos, o período com o maior número de conflitos agrários no País foi o do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A média anual de conflitos registrados entre 2003, quando Lula assumiu, e 2009 chegou a 929. O recorde anterior havia sido observado no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, com a média de 800 conflitos por ano.