O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) deu sequência hoje à jornada nacional de lutas pela reforma agrária, conhecida como “Abril Vermelho”, em São Paulo, com a invasão de cinco prédios públicos e três fazendas no interior do Estado. Em Pernambuco, foi realizada a 16ª ocupação em três dias.

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Entre os alvos paulistas, está a Fazenda Tozan, antiga Fazenda Monte D’Este, no município de Campinas, um patrimônio histórico datado de 1798. Também foi invadida por cerca de 100 integrantes a fazenda Guaçaí, com 450 hectares, em Taubaté, no Vale do Paraíba. Na região de Iaras, centro-oeste do Estado, 120 militantes tomaram uma área desmembrada da Fazenda Noiva da Colina no município de Borebi. As terras estão ocupadas por uma plantação de cana-de-açúcar. A propriedade fica próxima da fazenda Santo Henrique, da Cutrale, invadida e depredada no final do ano passado.

De acordo com o dirigente nacional Gilmar Mauro, todas são propriedades consideradas improdutivas em vistorias realizadas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). “Apesar disso, nada se fez até agora para que essas terras cumpram sua função social.”

Militantes do MST invadiram ainda os escritórios regionais da Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) em Itapeva (duas unidades) e Araraquara, e núcleos de apoio do Incra em Araraquara e Iaras. Com as novas invasões, subiu para seis o número de repartições tomadas pelo movimento no Estado – o Incra de Bauru foi invadido segunda-feira. O Itesp informou que seus escritórios foram desocupados ao longo do dia – o de Araraquara, ainda pela manhã. O MST reivindica melhorias nos assentamentos e a retomada da reforma agrária no Estado.

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Em Pernambuco, os sem-terra ocuparam a Fazenda Lagoa das Vacas, no município de Manarí, no sertão. O planejamento do MST, que reivindica o assentamento de 90 mil famílias em todo o País, inclui mais ocupações de terra, marchas e acampamentos em áreas urbanas até o final do mês no Estado. O movimento afirma ter mobilizado 2.180 famílias nas 16 ocupações, realizadas em engenhos de cana de açúcar – na zona da mata – e em fazendas no agreste e sertão pernambucanos.