A Procuradoria Regional Eleitoral – órgão vinculado ao Ministério Público Federal – acatou denúncia do deputado federal Max Rosenmann (PMDB) pedindo abertura de investigação sobre o uso de "caixa dois" – recursos não declarados oficialmente – pelo Partido dos Trabalhadores na campanha eleitoral de 2004 no Paraná. O procurador Sérgio Arenhart já requereu à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios o repasse de todos os documentos e informações levantados sobre as irregularidades cometidas pelo PT paranaense na disputa eleitoral do ano passado no Estado.
Além disso, outra representação de Max também foi acolhida pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE/PR). O juiz Renato Andrade determinou a notificação do partido para que o processo tenha andamento. Nesta ação, o deputado pede além da investigação sobre o caixa dois, o bloqueio dos repasses do fundo partidário ao PT, e a quebra do sigilo bancário das contas do partido.
Conforme a assessoria de Rosenmann, as denúncias são baseadas nas informações colhidas pela CPMI e confirmadas pelos próprios dirigentes petistas e pelo publicitário Duda Mendonça, de que o PT paranaense foi beneficiado por recursos do esquema montado pelo tesoureiro nacional do partido, Delúbio Soares e pelo publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza, para o financiamento das campanhas eleitorais dos candidatos da sigla. Max pede especificamente a investigação sobre as contas de campanha dos candidatos petistas nas principais cidades do Estado – Curitiba, Londrina, Maringá e Ponta Grossa. Além disso, relaciona também as denúncias já comprovadas pelo Ministério Público e a Polícia Federal, de uso de caixa dois na campanha que reelegeu o prefeito de Londrina, Nedson Micheleti.
Segundo o deputado, ambas as denúncias visam acelerar as investigações sobre as irregularidades cometidas pelo PT na disputa eleitoral do Estado, que na avaliação de Max comprometem irremediavelmente os mandatos dos candidatos eleitos pelo partido e criam condições de punição aos que mesmo não eleitos tenham se beneficiado pelo uso de caixa, através de processo de cassação dos direitos políticos dos envolvidos. "Ao invés de esperar o final da CPMI, queremos que esses fatos sejam investigados o mais rápido possível, afinal, se houve mesmo utilização do caixa dois, como estão demonstrando as confissões dos próprios dirigentes nacionais petistas, a eleição dos candidatos do PT foi ilegítima, posto que foi obtida de forma irregular, através de fraudes. E isso tem que ser pago com a perda de mandato", avalia o deputado. Para Max, os indícios apontam para a comprovação das irregularidades.