Wladimir Aras: segunda continua após a publicidade |
Duas pessoas denunciadas no início de abril pela Força-Tarefa CC5 do Ministério Público Federal (MPF) por crimes contra o sistema financeiro nacional, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha foram presas ontem em Curitiba. Os pedidos de prisão foram feitos pelo MPF e decretados pela 2.ª Vara Federal Criminal de Curitiba (especializada em crimes de lavagem de dinheiro).
O MPF denunciou 12 pessoas, que movimentaram cerca de US$ 1,23 bilhão em oito contas (sete em bancos de Nova York e uma na Suíça) e pediu a prisão de sete delas, em Curitiba e São Paulo. No Paraná foram presos os denunciados Paulo Roberto Krug e Leandro Henrique Piaceski. Clayton Marcelo de Souza, que também tem mandado de prisão decretado pela Justiça, está foragido.
Eles movimentaram cerca de US$ 28 milhões entre 1999 e 2002 em uma conta no Merchants Bank/NY. A Polícia Federal cumpriu também mandado de busca no escritório de Piaceski. Os acusados operavam por meio de offshores nas Ilhas Virgens Britânicas e casas de câmbio no Brasil (em São José dos Pinhais, no Paraná, e São Paulo).
Também foram denunciados pelo MPF, mas sem pedido de prisão: Mônica Santos Alves, esposa e sócia de Krug; o ex-gerente do Banestado em Nova Iorque, Gilson Girardi; o ex-diretor da carteira imobiliária do Banestado, em Curitiba, Ricardo Sabóia Khury; e o ex-gerente do Banestado em Grand Cayman, Ricardo Franczyk. Eles movimentaram valores na conta Pacific Way, que tem ainda bloqueados cerca de US$ 250 mil, nos EUA. Nessa mesma conta, também houve movimentações do ex-diretor do Banestado, Gabriel Nunes Pires Neto, já condenado pela Justiça Federal.
Em São Paulo, quatro dos cinco denunciados tiveram prisão decretada, mas estão foragidos: Hélio Renato Laniado, Eliott Maurice Eskinazi, Renato Bento Maudonet Junior e Dany Lederman. Márcio Abdo Sarquis Attié, também acusado pelo MPF, não teve prisão decretada. De acordo com os procuradores da República, eles movimentaram cerca de US$ 1,2 bilhão em sete contas (duas no Banestado de Nova Iorque, quatro no Merchants Bank/NY e uma na Suíça), entre 1995 e 2002. O quinteto tem mais de US$ 3,5 milhões bloqueados em duas dessas contas nos Estados Unidos.
De acordo com o procurador Wladimir Aras, membro da força-tarefa, essa é a segunda fase da chamada Operação Zero Absoluto que, em um primeiro momento, conseguiu o bloqueio de US$ 8,2 milhões do empresário Antônio Pires de Almeida, decretado pela Justiça Federal em Washington. Os mandados de prisão e de busca foram cumpridos pela PF, sob a coordenação da delegada da Polícia Federal Érika Marena.