Integrantes do Ministério Público Federal (MPF), auxiliados por agentes da Polícia Federal, fizeram nesta sexta-feira uma busca, autorizada pela Justiça, no Hospital Central do Exército, em Benfica, na zona norte do Rio, por documentos que registrem a passagem de Raul Amaro Nin Ferreira, preso político que foi morto em 12 de agosto de 1971 nas dependências do hospital.

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A ordem de busca e apreensão foi obtida após suspeita de que servidores do hospital houvessem escondido esses documentos antes da inspeção promovida em setembro passado por integrantes das comissões Nacional e Estadual da Verdade, que nada encontraram a respeito de Raul. Hoje, mais uma vez, não foi localizado registro da passagem dessa vítima da ditadura pelo hospital. Por isso, o MPF vai requisitar a instauração de inquérito policial para apurar o crime de supressão de documento, cuja pena é de 2 a 6 anos de reclusão.

Na busca realizada hoje foram localizados um dossiê com notícias e documentos referentes a Raul, uma pasta com nomes e fotografias dos integrantes das comissões Nacional e Estadual da Verdade e prontuários antigos. No arquivo oficial, os documentos mais antigos eram de 1983. Mas prontuários de 1940 a 1969 e de 1975 a 1983 estavam em uma sala trancada, em um prédio anexo do Hospital Central do Exército.

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