A procuradoria da República solicitou a abertura de três novos inquéritos policiais pela Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros, da Polícia Federal (PF), para investigar fatos relacionados à Satiagraha. Além de denunciar o sócio fundador do Grupo Opportunity, Daniel Dantas, e outras 13 pessoas pelos crimes de formação de quadrilha, gestão fraudulenta, gestão temerária, evasão de divisas e lavagem de dinheiro, o procurador Rodrigo De Grandis, em manifestação anexa, pede que seja aprofundada a participação do ex-deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh e de Carlos Rodenburg, que comanda o braço agropecuário do grupo Opportunity. Rodenburg foi indiciado pela PF por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha e Greenhalgh por formação de quadrilha, mas nenhum deles foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) hoje.

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“O MPF ofereceu uma denúncia que abrange parte do inquérito policial. Mas há necessidade de continuar as investigações no âmbito da Delegacia de Repressão em São Paulo. Eu pedi que elas (investigações) continuassem em relação a pessoas que não foram denunciadas neste momento e a fatos que não foram alcançados nesta acusação”, afirmou. “Existe a possibilidade de que, no futuro, sejam oferecidas outras denúncias em face de outras pessoas ou mesmo que essas pessoas denunciadas agora sejam denunciadas por outros fatos”.

De Grandis pediu também a instauração de inquérito para investigar o suposto crime de evasão de divisas cometido pelos cotistas brasileiros do Opportunity Fund, com sede nas Ilhas Cayman, no Caribe. A procuradoria solicitou ainda a instauração de um inquérito para apurar se houve prática de crime financeiro na operação em que a empresa de telefonia Oi adquiriu o controle acionário da Brasil Telecom (BrT).

“A intenção é averiguar a lisura da operação de aquisição da BrT pela Oi, dado o histórico do grupo Opportunity. A medida de instaurar uma investigação específica é de cautela, de prudência. Até porque não foi objetivo da Operação Satiagraha, para que se possa, do ponto de vista de um inquérito policial profundo, investigar o que efetivamente aconteceu”, explicou. “Pode se constatar no futuro que não ocorreu nada, que a operação é legítima e regular. Aí arquiva-se o inquérito policial. Eventualmente, se constatada alguma irregularidade, isso vai merecer atenção do MPF e da Justiça”, completou. A BrT foi adquirida pela Oi em janeiro de 2008. O grupo Opportunity controlou a Brasil Telecom até setembro de 2005.

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