O Ministério Público do Paraná (MP-PR) propôs no início desta noite (10) uma nova ação contra o ex-presidente da Câmara Municipal de Curitiba, João Cláudio Derosso. Desta vez, o MP pede a condenação do vereador por improbidade administrativa e a devolução de R$ 545.680,35 aos cofres públicos, que teriam sido usados para o pagamento de salários fantasmas do Legislativo municipal. Além de Derosso, o ex-vereador Éde Abib e o servidor público João Leal de Matos também foram denunciados pelo MP, que pede à Justiça que decrete a indisponibilidade dos bens dos acusados.
Os valores cobrados de Abib e Matos são ainda maiores: R$ 2.182.525,29 do ex-vereador e R$ 903.065,16 do funcionário público. De acordo com os promotores de Justiça Paulo Ovídio dos Santos Lima e Danielle Gonçalves Thomé, que assinam a ação, investigações revelaram acúmulo de cargos públicos de servidores da Assembleia Legislativa do Paraná e da Câmara Municipal de Curitiba.
Segundo os autores da ação, João Maria Vosilk, Suzana Schriepietcz Rodrigues Pires, Wilson Schabatura e Iara Rosane da Silva Matos, que é esposa de João Leal de Matos, ocupavam cargos na Câmara, mas nunca teriam trabalhado de fato no Legislativo municipal. Já o servidor público João Leal de Matos, além ocupar cargo efetivo da Assembléia Legislativa, foi nomeado para funções comissionadas de consultor das comissões permanentes na Câmara e de assistente parlamentar, no gabinete do ex-vereador Éde Abib, irmão de Abib Miguel, o Bibinho, ex-diretor-geral da Assembléia.
“Trata-se de pessoa ligada a Abib Miguel. Era um serviçal deste, inclusive tendo indicado o nome de vários de seus familiares para serem ‘funcionários fantasmas’ da Assembleia, possibilitando o desvio de milhões de reais dos cofres públicos, conforme ação judicial pela prática de ato de improbidade administrativa já proposta”, afirma o promotor Paulo Ovídio.
O advogado de Derosso, Antônio Augusto Figueiredo Basto, diz que ainda não tomou conhecimento da nova denúncia, mas critica a postura do MP. “Não conheço a ação, nem o meu cliente. Amanhã (hoje) vou comprar os jornais para tomar conhecimento. Estão mais uma vez fazendo espetáculo. Só posso tomar como um profundo desrespeito aos direitos constitucionais do cidadão, que não é notificado antes que procurem a imprensa para fazer sensacionalismo”, afirma.