O Ministério Público abriu ontem (26) inquérito cível e criminal para apurar denúncia que vereadores da “bancada de comunicação”, recebiam verbas de publicidade da Câmara e alguns compravam notas fiscais para justificar os pagamentos. O vereador Algaci Túlio (PMDB) afirmou que havia esquema dentro da Câmara para direcionar parte dos recursos de publicidade aos parlamentares que são comunicadores. Segundo o peemedebista, o ex-presidente João Cláudio Derosso era quem oferecia a verba à bancada de comunicação quando era presidente da Câmara. Derosso, contudo, declarou que os vereadores o procuravam buscando recursos. Para a promotora Danielle Gonçalves Thomé, as duas situações são irregulares: tanto a eventual oferta pelo então presidente como o encaminhamento dos vereadores para as agências indicariam direcionamento de recursos, desrespeito ao princípio da impessoalidade na gestão pública e promoção pessoal. Danielle disse que convocará várias pessoas para depor, inclusive vereadores podem ser chamados.
Túlio declarou que o Ministério Público “tem mais é que investigar” e está de bem com a sua consciência. No twitter, o vereador escreveu que está “tendo a coragem que outros não tiveram de falar a verdade”.
Expulsão
O presidente da Juventude do PMDB, Rafael Xavier, disse que vai pedir a expulsão de Túlio na próxima reunião do partido, na semana que vem. Ele alega que a confissão de Túlio de uso de dinheiro público para comprar “notas fiscais frias” fere o código de ética do partido e “nos envergonha perante a sociedade”.