Sindicância da Corregedoria do Ministério Público do Distrito Federal (MP-DF) complicou a situação do procurador-geral de Justiça de Brasília, Leonardo Bandarra. A conclusão, apresentada nesta terça-feira, diz que há indícios de envolvimento de Bandarra com o esquema de corrupção no DF, o chamado “mensalão do DEM”. O relatório final foi entregue nesta terça ao Conselho Nacional do Ministério Público, que deve agora abrir uma investigação formal contra Bandarra, chefe dos promotores de Brasília.
Segundo o relatório da corregedora Lenir de Azevedo, há indícios de falta funcional por parte de Bandarra. Ela afirma que há elementos que mostram claramente uma ligação suspeita entre ele e a promotora Deborah Guerner, investigada por envolvimento no “mensalão do DEM”. A conclusão contraria a versão de Bandarra, que sempre afirmou ter apenas uma relação “institucional” com a colega.
Segundo Durval Barbosa, ex-secretário de Relações Institucionais e delator do esquema de corrupção do DF, Deborah Guerner negociou, em nome de Bandarra, o pagamento de propina por parte do governo de José Roberto Arruda em troca de o Ministério Público local não criar problemas para sua gestão. Bandarra, segundo os depoimentos de Durval, teria recebido, entre outras coisas, uma mesada de R$ 150 mil.
A investigação da corregedoria do Ministério Público do DF confirmou as relações entre Durval Barbosa e Deborah Guerner. Na outra ponta, a corregedora Lenir de Azevedo reuniu elementos que mostram um relacionamento suspeito entre a promotora e Leonardo Bandarra. Agora, o Conselho Nacional do Ministério Público vai investigar Bandarra e Deborah. Integrantes do órgão avaliam se vão pedir o afastamento imediato de Bandarra do cargo de procurador-geral de Justiça.