O Ministério Público Federal em Guarulhos informou hoje que denunciou na sexta-feira (22) o empresário Enivaldo Quadrado por falsidade ideológica. Quadrado, ex-proprietário da corretora Bônus-Banval e um dos réus do mensalão, foi flagrado no início do mês com 361 mil euros não declarados na cueca no Aeroporto de Cumbica, na Grande São Paulo. Segundo o MP, a pena para o crime vai de um a cinco anos de prisão.
O procurador da República Vicente Mandetta também determinou o envio de uma cópia do inquérito policial para a Procuradoria da República em São Paulo para que seja apurada a origem do dinheiro apreendido com o empresário. O procurador também quer investigar se foram cometidos crimes contra o sistema financeiro e de lavagem de dinheiro. Mandetta pediu ainda que o procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, seja comunicado formalmente da nova denúncia contra o empresário, uma vez que o Souza é o responsável pelo processo do mensalão, que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).
Quadrado foi preso em flagrante no dia 6, quando foi parado por policiais federais ao chegar no Aeroporto de Cumbica. Os policiais que o revistaram notaram que ele trazia dinheiro e que deveria declarar que portava mais do que o equivalente a R$ 10 mil em moeda estrangeira à Receita. Ao se apresentar na alfândega, Quadrado voltou a afirmar que não portava valores superiores a R$ 10 mil. Ele foi então novamente questionado pelos fiscais da Receita e disse portar 300 mil euros.
A Receita chamou a Polícia Federal para contar as notas, que somaram 361 mil euros, guardados em uma maleta e até na cueca. Para Mandetta, não há como contestar as provas ou a autoria do crime, já que Quadrado “omitiu intencionalmente valor que deveria declarar quando de sua entrada no País”. Na sexta-feira, a Justiça Federal de Guarulhos decidiu mantê-lo preso provisoriamente.