A Polícia Civil e o Ministério Público começam a ouvir na tarde desta terça-feira, 29, em Bebedouro (SP), as sete pessoas presas por fraude na merenda escolar. Os suspeitos estavam em diferentes cidades e alguns ainda estão a caminho do município paulista – que é sede das investigações do escândalo que envolve pelo menos 20 prefeituras e vários políticos.
A “Operação Alba Branca” está em sua segunda fase e, segundo o promotor Leonardo Romanelli, não é possível saber se haverá outras etapas. Tudo dependerá das investigações em curso que incluem, além dos depoimentos, as análises de documentos e computadores apreendidos.
Entre os presos agora estão pessoas que intermediavam os negócios. “Alguns usavam empresas para emitir notas fiscais falsas”, falou Romanelli. Ele contou que políticos com foro privilegiado terão o caso encaminhado para a Procuradoria-Geral.
Segundo o apurado, a Cooperativa de Agricultura Familiar (Coaf) fazia contato com lobistas que combinavam com as prefeituras a fraude na merenda. O promotor diz que os contratos já verificados somam R$ 7 milhões e que 10% deste valor, R$ 700 mil, foram para propinas.
Lista
Os envolvidos foram presos nesta terça, 29, nas cidades de Bebedouro, Barretos, Severínia, Campinas e na capital. O esquema envolvia pagamento de propina a servidores e deputados paulistas.
Entre os presos estão Sebastião Miziara (presidente da Uvesp – União dos Vereadores do Estado de São Paulo), Leonel Júlio (que tem 81 anos de idade e é ex-presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo), Emerson Girardi (vendedor que teria negociado merenda com a Prefeitura de Barueri) e Aluísio Girardi Cardoso (empresário).
Completam a relação Joaquim Geraldo Pereira da Silva (empresário de Campinas), Carlos Eduardo da Silva (ex-diretor da Coaf) e Luis Carlos da Silva Santos (ex-vendedor da cooperativa).