O secretário de Agricultura e Pesca de Porto Seguro (BA), Robson Roberto Oliveira Santana, um policial civil que trabalha na delegacia da cidade, Cláudio dos Santos Bispo, e outras duas pessoas ligadas a eles estão sendo procurados pela polícia. Eles são considerados foragidos da Justiça, acusados pelo Ministério Público baiano de integrar a chamada “máfia das funerárias”, que agiria em oito cidades do litoral sul do Estado. Duas outras pessoas envolvidas no esquema, também com prisão preventiva decretada, foram presas no sábado. Ontem, a polícia cumpriu sete mandados de busca e apreensão nos imóveis do grupo e na secretaria.

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De acordo com as investigações do MP, feitas em parceria com a Polícia Civil, Santana e Bispo lideram o grupo, que teria iniciado as atividades há dez anos. O secretário e o policial, segundo a acusação, usavam suas posições no serviço público e suas empresas – quatro, entre elas duas funerárias – para monopolizar os serviços funerários e fraudar licitações, das prefeituras, que tinham como objeto a prestação de auxílio-funeral para famílias carentes da região.

A apuração indica que Bispo, por trabalhar na delegacia, recebia as informações sobre todos os óbitos na região e repassava os serviços para as empresas do grupo. Casos de cobrança dupla pelos serviços funerários – das prefeituras e das famílias – e de superfaturamento no preço dos caixões também foram registrados. Além disso, o MP investiga o grau de influência do grupo na transferência do Instituto Médico-Legal da região de Eunápolis para Porto Seguro, no ano passado.

Segundo a prefeitura de Porto Seguro, o secretário Santana foi exonerado na última sexta-feira, tão logo os dados sobre a investigação foram conhecidos pelo prefeito, Gilberto Abade (PSB). Todos os envolvidos são acusados de formação de quadrilha, concussão (extorsão feita por funcionário público), violação de sigilo funcional, fraude em licitações e lavagem de dinheiro.

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