MP acusa mais 4 vereadores de extorsão em Londrina

A equipe do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Londrina incluiu mais quatro nomes às ações movidas contra vereadores do município, acusados do crime de concussão (extorsão praticada por agente público). O presidente da Casa, Sidney de Souza (PTB), o líder do governo, Gláudio Renato de Lima (PT), o corregedor Luiz Carlos Tamarozzi (PTB) e Jamil Janene (PMDB) também foram denunciados em ação penal que já pedia a condenação de Orlando Bonilha (PR), Flávio Vedoato (PSC), Osvaldo Bergamim (sem partido), Henrique Barros (sem partido), Renato Araújo (PP). O Ministério Público também pediu o afastamento dos quatro vereadores da Câmara Municipal, assim como já ocorreu com os outros cinco, (Barros e Bonilha acabaram renunciando ao mandato).

O aditamento de novos nomes nas denúncias é conseqüência dos depoimentos prestados por Orlando Bonilha na última semana ao Gaeco. Após ser preso, Bonilha prometeu contar tudo o que sabia aos promotores e acabou revelando que apenas três dos 18 vereadores de Londrina nunca teriam participado de nenhum esquema de cobrança de propina ou compra de votos.

Os afastamentos foram pedidos no processo que apura o caso conhecido como ?lista Caldarelli?, a denúncia do empresário Marcelo Caldarelli, que teria pago propina aos vereadores para que a Câmara aprovasse a doação de um terreno em área nobre da cidade. Caldarelli teria apresentado um documento com a assinatura de diversos vereadores que aceitariam o suborno para votar em favor da doação. Bonilha, em depoimento, confirmou que a lista era verdadeira.

Os vereadores também foram incluídos na denúncia do ?caso Henrique Barros?, em que o ex-vereador foi preso em flagrante, em janeiro deste ano, após receber propina de um empresário interessado na mudança de zoneamento da cidade.

Depoimento

Respondendo em liberdade após um relaxamento de prisão concedido por ser considerado ?réu colaborador?, Orlando Bonilha prestou depoimento ontem na 3.a Vara Criminal de Londrina, ao juiz substituto Marcos José Vieira. Segundo seu advogado, Ronaldo Neves, Bonilha confirmou tudo o que já havia revelado aos promotores do GAECO, denunciando o envolvimento de outros 12 vereadores no esquema de cobrança de propina.

No entanto, Bonilha negou envolvimento no caso Henrique Barros. Segundo Neves, Bonilha informou que o dinheiro pago por três empresários a Barros não foi rateado entre os vereadores. Ronaldo Neves salientou que Bonilha confessa o envolvimento em mais de 20 casos de suborno dentro da Câmara, mas alega inocência neste em especial.

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