A Justiça Federal aceitou na semana passada denúncia do Ministério Público Federal no Paraná em 9 de novembro de 2004 contra o ex-diretor financeiro do Banestado Alaor Alvim Pereira, o ex-chefe da mesa de operações do banco Arthur Ennio Frederico Junior, o ex-gerente de departamento financeiro Luiz Augusto Ribas Brites e o ex-secretário estadual da Fazenda e ex-presidente do Conselho do Banco do Estado do Paraná, Giovani Gionédis. Eles são acusados de crimes contra o sistema financeiro nacional.
O MPF aponta os quatro como co-autores em uma operação financeira ilegal denunciada em 1999 e em trâmite na 2.ª Vara Federal Criminal de Curitiba. Na ocasião, o então presidente do Banestado, Manoel Campinha Garcia Cid, foi acusado de realizae operação ilegal de ressarcimento em benefício do proprietário da empresa Bauruense Serviços Gerais S/C Ltda (de Bauru), Airton Antônio Daré.
Em junho de 1998, Daré pediu ressarcimento de R$ 1.967.323,58 por supostas perdas em aplicações financeiras feitas no Banestado. Em setembro do mesmo ano, Daré, Arthur Ennio Frederico Junior, Gabriel Nunes Pires Neto e Manoel Campinha Garcia Cid deferiram o pedido. Para ocultar a participação de alguns denunciados na operação, Alaor Alvim Pereira pediu manifestação da Divisão Financeira, que emitiu um parecer negativo. No entanto, contrariando parecer, em 12 de janeiro de 1999 Pereira autorizou o repasse do ressarcimento a Daré.
Ainda em setembro, Gionédis, um dos coordenadores da campanha do então governador Jaime Lerner à reeleição, teria recebido R$ 1 milhão de Daré, sob a alegação de que o dinheiro seria contribuição para a campanha. Isso levou o Ministério Público a concluir que o "ressarcimento" tinha objetivo de compensar o empresário pela "doação" do dinheiro à campanha de Lerner.