Militantes de movimentos sociais organizam dois atos no Centro do Rio nesta quinta-feira, 20. Suas principais bandeiras são a crítica ao ajuste fiscal e à Agenda Brasil, pacote de medidas apresentado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ao governo federal. As mobilizações também se declaram “contra o golpe” e em defesa da democracia. No último domingo, manifestações em diversas cidades do Brasil pedirem o impeachment ou a renúncia da presidente Dilma Rousseff.

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Esta é a segunda vez que os movimentos sociais se mobilizam em reação aos protestos contra a presidente e o governo federal. Em 13 de março, cerca de 1.500 pessoas participaram, no Centro Rio, de ato em defesa da Petrobrás e contra o impeachment. Dois dias depois, aconteceu um protesto contra o governo em Copacabana, na zona sul.

Nesta quinta, militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) se reúnem às 11h na Cinelândia. Dizem defender saídas “populares” para a crise econômica e declaram defender direitos dos trabalhadores, reformas agrária e urbana. O grupo também vai protestar contra propostas como a terceirização do trabalho assalariado, a redução da maioridade penal, o financiamento empresarial de campanhas eleitorais.

“Não é um ato em defesa do governo Dilma Rousseff. É um ato contra a ofensiva de direita conservadora que nós avaliamos como muito perigosa”, afirmou Felipe Brito, um dos coordenadores do MTST.

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Os manifestantes vão caminhar da Cinelândia até o Largo da Carioca.

Já a Central Única dos Trabalhadores (CUT) organiza o movimento Mais Democracia e Mais Direitos. O ato terá concentração a partir das 14h na Candelária. O ato tem como principal bandeira a defesa da legalidade democrática e do Estado de Direito. Sua principal palavra de ordem é: “Contra o Golpe! Fora, Cunha!”.

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“O debate está muito polarizado entre quem está contra ou a favor da Dilma, mas não é só isso. É a defesa dos direitos trabalhistas e da democracia. O voto tem que ser respeitado, esse ensaio de golpe não vai adiante”, afirmou Marcelo Rodrigues, diretor da CUT-RJ.

Também estão entre as bandeiras do ato da CUT nesta quinta a defesa da reforma tributária, com taxação das grandes fortunas e do patrimônio; a defesa da Petrobras e do sistema de partilha do pré-sal; e a defesa dos direitos dos trabalhadores, do emprego e dos salários, contra a terceirização.

“Está havendo um forte ataque aos direitos trabalhistas, a Câmara dos Deputados só vota contra o trabalhador e contra os pobres”, disse Rodrigues.

Os militantes seguirão às 17h em passeata pela Avenida Rio Branco até a Cinelândia, onde o ato será encerrado com shows e atividades culturais. Também participam das mobilizações desta quinta o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e a União Nacional dos Estudantes (UNE), entre outros.

Segundo Rodrigues, diversos sindicatos irão iniciar a panfletagem pelas ruas do centro logo no início da manhã. Rodrigues nega, no entanto, que a manifestação desta quinta seja uma reação aos protestos de domingo contra a presidente Dilma Rousseff. “A CUT sempre está na rua e dela nunca saímos”, afirmou.