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Movimento Livres deve anunciar nesta segunda-feira novo rumo

O movimento Livres, de tendência libertária, que deixou o Partido Social Liberal (PSL) após a declaração da intenção do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) de se filiar à sigla para disputar a Presidência, há duas semanas, deve anunciar nesta segunda-feira, 22, o seu destino e a sua estratégia para participar das eleições deste ano.

O presidente interino do Livres, Paulo Gontijo, que coordenou as conversas realizadas com diversos partidos, entre eles Novo, PPS, Rede e Podemos, não quis adiantar a decisão. Mas tudo indica que os candidatos do grupo em todo o País deverão disputar o pleito por várias siglas, para acomodar interesses regionais, em vez de migrar em bloco para um único partido – a mesma estratégia adotada pelo Movimento Brasil Livre (MBL).

Mesmo a migração em massa do Livres para o Novo, alvo de especulações desde a saída do grupo do PSL, parece improvável, ao menos por ora, para as próximas eleições. “É complicado fazer uma adesão em bloco no momento”, diz Gontijo. “Temos de ver as possibilidades em cada Estado, para não sacrificar o movimento.”

Ao mesmo tempo, o Novo resiste à criação de um bloco com ideias próprias em suas fileiras. Segundo dirigentes da legenda, o Novo ainda está consolidando a sua personalidade e a existência de uma tendência interna homogênea, como ocorre em outras siglas, poderá ter efeito negativo.

Apesar de suas semelhanças, as diferenças entre Livres e Novo parecem falar mais alto. Elas podem ser pouco visíveis para o público, mas dividem suas lideranças e seus integrantes e simpatizantes. Uma possível união exigiria mais tempo de discussão, o que não é possível agora, com a proximidade das eleições. Se ainda houver interesse mútuo, a questão poderá voltar a ser discutida.

Tanto o Livres quanto o Novo defendem ideias liberais para a economia. Além disso, têm estruturas complementares – o Livres é mais forte no Norte e no Nordeste e o Novo, no Sul e no Sudeste. Mas, enquanto o Livres defende a liberdade também nos costumes, o Novo fica “em cima do muro” em relação às questões comportamentais. O Novo tem uma estrutura mais centralizada, enquanto o Livres cultiva maior participação nas decisões.

É possível, ainda assim, que alguns integrantes do Livres se filiem ao Novo – que ainda está em processo de seleção de candidatos – para participar do pleito, em especial em Estados em que o partido está mais organizado, como São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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