Um morto que “votou” nos dois turnos do Processo de Eleição Direta (PED) do PT está na pauta da reunião de hoje da executiva regional do partido no Rio de Janeiro, que examinará impugnações ao processo que deu ao deputado federal Luiz Sérgio a presidência estadual da legenda. Mais de dois anos depois de ter sido enterrado, em abril de 2007, o falecido “assinou” as listas de eleitores das duas rodadas de votação – com letras totalmente diferentes.

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Os indícios de fraude são objeto de recurso apresentado por petistas ligados a Lourival Casula, candidato a presidente regional derrotado no segundo turno e defensor da candidatura própria ao governo estadual, reivindicada pelo prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias. Luiz Sérgio quer apoiar a reeleição de Sérgio Cabral (PMDB).

De acordo com certidão de óbito registrada no cartório da 13ª Circunscrição do Registro Civil de Pessoas Naturais, o eletricitário Omenir da Cruz Cortopassi morreu às 22 horas de 9 de abril de 2007 na Casa de Saúde Nossa Senhora do Carmo, em Campo Grande. As causas foram choque neurogênico e acidente vascular encefálico hemorrágico, segundo atestado do médico Rafael Klas R. Leal.

Cortopassi morreu aos 62 anos e foi enterrado no Cemitério de Campo Grande, mas consta como votante nas listas da 43ª zonal do PT do Rio, no primeiro turno, no dia 22 de novembro, e no segundo, em 6 de dezembro, em Campo Grande.

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“Recebi esse recurso e ainda não o examinei com a profundidade necessária”, disse ontem o secretário de Organização do PT fluminense, Ernesto Braga. Ele afirmou, porém, que as “dezenas” de pedidos de impugnação encaminhadas seriam checadas por ele e pela comissão eleitoral. “Eu oriento, dou opinião, instruo”, disse. “Nas situações nas quais há duas partes, elas serão chamadas a falar, por cinco minutos.”