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Morre o cientista político Wanderley Guilherme dos Santos

Wanderley Guilherme dos Santos, um dos nomes mais proeminentes da ciência política brasileira, morreu na madrugada deste sábado (26) ao 84 anos, de pneumonia, no Rio. Ele estava internado desde quinta-feira em um hospital carioca.

Fundador do Instituto Universitário de Pesquisa do Rio de Janeiro (Iuperj, atual Iesp-Uerj), Wanderley, como era chamado no meio acadêmico e por amigos, era aposentado pela UFRJ, onde deu aula de democracia e teoria política por mais de duas décadas.

Ganhou notoriedade com a publicação do texto “Quem vai dar o golpe no Brasil”, já prevendo o golpe de Estado de 1964 e a queda do presidente João Goulart. “Flamenguista entusiasmado, ele havia acabado de escrever um livro sobre a eleição de Bolsonaro. A obra deve ser publicada nos próximos meses”, informou a Associação de Docentes da UFRJ (AdUFRJ), em seu site.

A entidade destacou ainda que o professor dedicou a vida aos estudos sobre os regimes militares na América Latina, aos impasses da democracia na região e à formação dos movimentos sociais.

“Uma notícia tristíssima. Wanderley Guilherme dos Santos faleceu nessa madrugada. Wanderley (ninguém o chamava por seu sobrenome) foi o maior cientista político do Brasil e um intelectual público como poucos. Fui seu aluno e tive a sorte de participar de bons debates com ele”, escreveu nas redes sociais Jairo Nicolau, cientista político e professor da UFRJ.

A formação acadêmica de Wanderley foi iniciada na faculdade de Filosofia da UFRJ, em 1958. Passados 11 anos, ele concluiu o doutorado em Ciência Política pela Stanford University, nos Estados Unidos. O pós-doutorado fez na UFRJ.

O Iespe-Uerj, criado por acadêmicos oriundos do Iuperj (que teve Wanderley como um dos seus fundadores), também publicou nota de pesar. “Seus trabalhos e palestras sempre foram marcados por impressionante precisão argumentativa, criatividade e competência analítica. Wanderely expressava o caráter excepcional de sua genialidade em cada texto, artigo, livro, comentário e intervenção.”

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