Morreu no fim da manhã desta terça-feira em Florianópolis o advogado Edésio Passos. Deputado federal entre 1991 e 1994, Edésio era um dos fundadores do PT no Paraná. Em 1985, quando o partido enfrentava pela primeira vez eleições municipais, depois de 21 anos de ditadura militar, Edésio foi escolhido pelo PT como primeiro candidato em Curitiba. Em 2002, foi candidato ao Senado.
Em paralelo com a carreira na política, foi um dos advogados mais renomados do Paraná na área trabalhista. Ajudou a fundar a Associação Brasileira dos Advogados Trabalhistas e o Sindicato dos Advogados do Estado do Paraná. Defendia principalmente sindicatos e trabalhadores. Atualmente, quem continua tocando o escritório é seu filho, o ex-vereador André Passos, junto com Sandro Lunard, professor da UFPR.
Desde o governo Lula, Edésio foi diretor administrativo de Itaipu Binacional, sendo mantido no cargo no governo Dilma. Para os colegas, era uma referência. O ministro Edson Fachin, do STF, afirmou que Edésio tinha “o principal diploma que um ser humano pode levar da face dessa Terra: que é o da coerência”.
Por sua participação no combate à ditadura militar, também recebeu elogios. “Quando a maioria não tinha voz, ele era a voz destes que não podiam falar”, diz Jorge Samek, diretor geral de Itaipu. “Foi significativo ter figuras deste porte, que saíam de uma prisão, entravam em outra, mas continuavam na luta”, afirma o deputado constituinte Nelton Friedrich.