Cerca de cinco horas depois de ser preso pela Polícia Federal na Operação Arquivo X, o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega foi solto no início da tarde desta quinta-feira, 22, por ordem do juiz Sérgio Moro.
Em despacho às 12h20 desta quinta Moro afirmou: “Sem embargo da gravidade dos fatos em apuração, noticiado que a prisão temporária foi efetivada na data de hoje quando o ex-Ministro acompanhava o cônjuge acometido de doença grave em cirurgia. Tal fato era desconhecido da autoridade policial, Ministério Público Federal e deste Juízo.”
O ex-ministro Guido Mantega foi preso temporariamente pouco antes das 7h no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde se encontrava para acompanhar a cirurgia na qual estava sendo submetida sua mulher, que sofre de câncer. Segundo a PF, Mantega se entregou na portaria do hospital.
Ao pedir a prisão de Mantega, a Procuradoria da República alegou “riscos à ordem pública”. Os procuradores alegaram risco de destruição de provas. Ao mandar soltar o ex-ministro, o juiz Moro destacou o quadro de saúde da mulher do ex-ministro. Na avaliação do magistrado, estão “esvaziados os riscos de interferência da colheita das provas nesse momento”.
A decisão do juiz da Lava Jato ocorreu após Mantega chegar à sede da Polícia Federal de São Paulo. O ex-ministro não chegou a prestar depoimento, mas nega enfaticamente ter solicitado R$ 5 milhões ao empresário Eike Batista. O dinheiro teria sido repassado por Eike para cobrir dívidas de campanha do PT, segundo depoimento do empresário.
“Procedo de ofício, pela urgência, mas ciente de essa provavelmente seria também a posição do MPF e da autoridade policial. Assim, revogo a prisão temporária decretada contra Guido Mantega, sem prejuízo das demais medidas e a avaliação de medidas futuras”, afirmou Moro.