O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, disse nesta quinta-feira, 24, no evento “Brazil Summit 2019”, organizado pela revista The Economist, que não vê abusos e excessos na Operação Lava Jato, como alguns críticos apontam.
“Quais foram os excessos, quais foram os abusos? Quem foi condenado injustamente? Fora os militantes que contestam uma condenação, sinceramente não vejo ninguém que tenha sido condenado injustamente”, afirmou, comentando sobre os diálogos divulgados com procuradores da força-tarefa pelo The Intercept.
Moro ainda argumentou que conversas entre juízes, procuradores e advogados são normais no processo jurídico. “É erro, excesso, abuso? Qual foi exatamente? Não vejo nenhum. O que teve foi um esquema de corrupção, de suborno, que envolveu altas autoridades, como um ex-presidente da Câmara, um ex-presidente da República, senadores. Não foi uma tarefa fácil. Poucos países conseguiram fazer o que Brasil fez em termos de redução de impunidade.”
O ministro ainda completou que, dado o tamanho do esquema de corrupção, mais gente deveria ter sido presa.
Moro também foi questionado sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em relação à possibilidade da prisão em segunda instância. Ele disse que qualquer decisão do STF tem de ser respeitada, mas que a execução da prisão em segunda instância é fundamental para o enfrentamento da criminalidade em geral. “É fundamental que o processo penal funcione. Espero que o STF tome a melhor decisão.”