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Moro diz que confia no trabalho de Onyx Lorenzoni

O futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, afirmou nesta terça-feira, 4, que confia no trabalho do ministro extraordinário da transição, Onyx Lorenzoni. Indicado como futuro ministro da Casa Civil, Onyx é alvo de processo preliminar no Supremo Tribunal Federal (STF) para analisar acusações de caixa 2 feitas por delatores da JBS.

“O que vi, e eu assisti de perto, foi um grande esforço (de Onyx) para aprovar as dez medidas (contra a corrupção). Na ocasião, ele foi abandonado pela grande maioria dos seus pares, por razões que não vêm aqui ao caso, mas mostrou comprometimento pessoal naquela oportunidade com a causa anticorrupção. Então ele tem a minha confiança pessoal em relação a esse trabalho”, declarou Moro à imprensa.

Moro manifestou apoio ao futuro ministro da Casa Civil após o ministro do STF, Edson Fachin determinar a abertura de uma petição autônoma específica, etapa anterior ao inquérito, para analisar as acusações de caixa 2. Ele atendeu a um pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Questionado sobre o assunto, Moro disse que questões pertinentes ao ministro Onyx devem ser indagadas a ele.

Pesam sobre Onyx o relato e planilhas dando conta de pagamentos de R$ 100 mil em 2012 e R$ 200 mil em 2014. O deputado federal admitiu em uma entrevista radiofônica ter recebido R$ 100 mil e pediu desculpas.

Na manifestação enviada pela PGR ao Supremo na semana passada, Raquel Dodge pediu a separação dos trechos das delações da JBS sobre caixa 2 específicos sobre dez autoridades que eram deputados e senadores à época dos fatos narrados e que seguirão com prerrogativa de foro em 2019, entre elas Onyx Lorenzoni. Eles serão alvo de procedimentos semelhantes, que podem resultar na abertura de inquérito ou mesmo em formulação de denúncia.

Registro sindical

Moro afirmou ainda que a intenção de transferir para a estrutura da pasta a função específica de análise e concessão de registros sindicais – atualmente no Ministério do Trabalho – tem como objetivo eliminar as práticas denunciadas de fraudes, corrupção e tráfico de influência nesta atividade. Mas não deu como garantida a transferência.

“Isso é algo que esta sendo definido e debatido. Há uma intenção de transferir essa parte do registro sindical para Justiça. É um setor que teve muita corrupção no passado, pelo menos o que foi divulgado pela imprensa e apurado em investigações. E o objetivo dessa transferência é, sob o guarda-chuva do MJ, eliminar qualquer vestígio de corrupção. Mas não é algo assim que está algo totalmente delimitado. Se for transferido, certamente será bem cuidado esse setor”, disse Moro.

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