A operação que levou o ex-presidente Michel Temer (MDB) à prisão, nesta quinta-feira (21), foi deflagrada, inicialmente, por ordem do ex-juiz federal Sergio Moro, em 2016. A Operação Radioatividade foi a 16.ª fase da Lava Jato. O caso acabou desmembrado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por não ter relação com a Petrobras e enviado ao Rio de Janeiro, caindo nas mãos do juiz Marcelo Bretas, responsável pelo mandado de prisão de Temer.
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Entre os primeiros alvos da Radioatividade estavam o presidente licenciado da Eletronuclear, o almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, e Flavio Barra, presidente da AG Energia, braço da empreiteira Andrade Gutierrez. A Eletronuclear é uma subsidiária da Eletrobras e é responsável pelas usinas nucleares do país.
Othon era suspeito de ter recebido R$ 4,5 milhões em propina entre 2009 e 2014 das empresas Andrade Gutierrez e Engevix para favorecê-las nas licitações das obras de construção de Angra 3. As investigações tiveram início a partir de um acordo de colaboração premiada de dois executivos presos na 14.ª fase da Lava Jato: Dalton Avancini e Eduardo Leite, da empreiteira Camargo Corrêa.
A Radioatividade foi deflagrada em julho de 2015. Em outubro, o então relator da Lava Jato no STF, ministro Teori Zavaski, suspendeu as investigações depois que surgiram nomes de políticos com prerrogativa de foro. Um dos investigados, Flávio Barra, citou o então senador Edison Lobão (MDB) em seu depoimento sobre o esquema à Polícia Federal.
Em setembro, os ministros do STF decidiram que casos que não envolvessem a Petrobras deveriam ser investigados em outros estados. Com isso, a operação Radioatividade foi remetida ao Rio de Janeiro. A Procuradoria Geral da República (PGR) tentou reverter o desmembramento, mas ele foi mantido.
Em 2016, Bretas condenou Othon Luiz Pinheiro da Silva a 43 anos de prisão pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e organização criminosa no caso iniciado por Moro.