Pré-candidato do PMDB à prefeitura de Curitiba, o reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Carlos Moreira, afastou-se do cargo ontem, 30.
A saída da função é uma exigência da legislação eleitoral para concorrer às eleições municipais de outubro. Ele vai disputar a convenção do PMDB no próximo dia 14, quando o partido decide o seu candidato.
A vice-reitora, Maria Tarcisa Silva Bega, assume o cargo deixado por Moreira e convocará novas eleições para a reitoria até agosto.
Moreira pediu exoneração ao ministro da Educação, Fernando Haddad na última quarta-feira, e na sexta comunicou a decisão ao Conselho Universitário.
?Quero levar para a política a ética, sinceridade e honestidade que aprendi com meus pais. Já a política, dizem é um jogo bruto, que quero enfrentar com ética e honestidade. É isso que a população está querendo, algo novo?, afirmou Moreira, que está certo de que vai ganhar a convenção, embora tenha como concorrentes dois deputados, Rodrigo Rocha Loures e Reinhold Stephanes Junior.
Indispensável
Moreira disse que o apoio do governador Roberto Requião (PMDB) é indispensável. Ontem, o governador reafirmou seu voto em Moreira e disse que o desempenho do ex-reitor nas pesquisas de intenções de votos – na mais recente, divulgada pelo PV, ele aparece com 0,8% – é perfeitamente compreensível. De acordo com Requião, Moreira não tem divulgação na mídia, ao contrário do prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), que lidera as pesquisas de intenções de votos.
Requião acha que quando começar a campanha, com a oposição apresentado suas críticas, as posições dos candidatos irão mudar. ?Acho que quando na campanha começar aparecer os desvios, os desgastes, essa história de dinheiro para a campanha… essa denuncia contra o Jaime Lerner, agora, por exemplo. Formação de quadrilha, desvio de dinheiro para campanha. Campanha de quem? Quem era o candidato do Lerner se não era o Beto Richa. Isso tudo vai surgir no processo eleitoral, então eu acredito que num mês de campanha a situação está redefinida?, afirmou.
Requião disse que não vai tentar demover Rocha Loures e Stephanes de disputarem a convenção. Mas acha que a crítica interna não pode extrapolar os limites da cordialidade e da urbanidade. ?Quando isso acontece o resultado é muito ruim para os que agridem?, disse. E acrescentou: ?Lembrem da minha situação. Eu ganhei uma convenção, o Mauricio Fruet saiu do partido, o Rubens Bueno, o Hauly saiu do partido e a conseqüência disso foi que nunca mais conseguiram se eleger para um cargo majoritário?, provocou.