Moreira não é consenso nem no clã Requião

O governador Roberto Requião (PMDB) disse ontem que considera o reitor da Universidade Federal do Paraná, Carlos Augusto Moreira Junior, um bom administrador, mas que ao contrário do que a imprensa divulga, não dará a palavra final sobre a escolha do candidato a prefeito do partido em Curitiba.

?O partido é a instância da decisão. Não existe ditadura ?requiônica? como vocês escrevem?, afirmou o governador, ao ser questionado se daria sinal verde para o presidente da Cohapar, Rafael Greca, disputar a indicação com o reitor.

Greca afirmou que somente irá enfrentar Moreira na convenção do partido em junho se Requião o liberar. ?O meu compromisso primeiro é com o governador, que me deu a honra de ser secretário de Habitação. Vou disputar se ele me autorizar?, declarou Greca.

Foto: Fábio Alexandre

Maurício quer Moreira.

O presidente da Cohapar não participou de reunião realizada entre os demais pré-candidatos – Reinhold Stephanes Junior, Marcelo Almeida e Rodrigo Rocha Loures – que estudam se unir contra Moreira na convenção oficial do partido. Segundo Stephanes, a tendência é que os três deputados se juntem para apoiar Greca.

Cisma

A discussão sobre o melhor candidato peemedebista – se Moreira ou Greca – não se restringe ao círculo partidário. No núcleo familiar do governador, as opiniões também se dividem. Enquanto o irmão e secretário da Educação, Maurício Requião, defende a candidatura do reitor, a irmã e presidente do Provopar – Ação Social, Lúcia Arruda, incentiva Greca a disputar a indicação. ?Acho que o Greca tem mais viabilidade. É mais guerreiro. Tem mais densidade?, defendeu Lúcia.

Foto: Provopar

Lúcia prefere Greca.

Já Maurício, embora veja qualidades em todos os pretendentes à indicação, considera o reitor o único capaz de produzir o que chamou de ?acúmulo político? durante a campanha eleitoral. ?Com uma campanha bem organizada, o partido sairá mais fortalecido ao testar um quadro novo para a nossa política. Eleição não é uma ciência exata. É uma aposta numa idéia e num conceito?, disse o secretário, ao comentar as críticas feitas ao desempenho de Moreira nas pesquisas de intenções de votos.

Para Lúcia, a preferência do governador por Moreira na disputa pesa na balança, mas não é decisiva. ?Ele não é o dono do voto das pessoas no partido e nem vai agir desta forma. Não é seu estilo?, disse Lucia, que tem direito a dois votos na convenção, já prometidos ao presidente da Cohapar.

Maurício avalia que ainda falta ao reitor o apoio integral do partido. Disse que não pode ocorrer com o reitor o que aconteceu com sua candidatura a prefeito, em 2000, quando venceu o deputado Gustavo Fruet na convenção. ?Eu me senti solitário. Tive força política para ganhar a convenção, mas não tive apoio partidário suficiente para deslanchar. O candidato tem que ter uma base maior do que o grupo que o apóia?, afirmou.

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