O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, divulgou nota nesta sexta-feira, 17, para rebater a entrevista da ex-presidente Dilma Rousseff ao jornal Valor Econômico. Moreira chamou as acusações contra ele de “infundadas”, insinuou que Dilma fez vista grossa ao esquema de corrupção na Petrobras e disse que o governo da petista deixou um legado de 12 milhões de desempregados.

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Na nota, o ministro afirmou que o governo Dilma atraía empresas “amigas” e afastava investidores. “O nosso (governo) atraiu os maiores operadores estrangeiros de aeroportos. Só ontem (quinta-feira) arrecadamos mais de R$ 3 bilhões”, escreveu ele. O chefe da Secretaria-Geral da Presidência citou mais alguns pontos de diferença entre os dois governos, antes de mencionar o escândalo na Petrobras.

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“Mas foi como presidente do Conselho de Administração da Petrobras e da República que ela (Dilma) se superou, dizendo não conhecer o saque feito à empresa. Isso diferencia corrupção de trabalho e competência”, afirmou o ministro. “Certamente por isso eu não tenha ficado em seu governo.”

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Moreira também destacou o atraso na transposição do rio São Francisco durante a gestão petista e disse que, em seis anos, Dilma não conseguiu entregar as obras, enquanto o governo Michel Temer entregou “em seis meses”.

Na entrevista ao Valor, Dilma disse que impediu Moreira de “roubar” quando ele integrava o seu governo. O peemedebista foi ministro da Aviação Civil e comandou a Secretaria de Assuntos Estratégicos. “O Gato Angorá (Moreira Franco) tem uma bronca danada de mim porque eu não o deixei roubar (…). É literal isso: eu não deixei o Gato Angorá roubar na Secretaria de Aviação Civil”, afirmou a ex-presidente.

“Gato Angorá” era o apelido de Moreira nas tratativas com a Odebrecht, segundo a delação do ex-executivo da companhia Cláudio Melo Filho.

Cabo de guerra

No ano que antecede as eleições presidenciais de 2018, o São Francisco virou um cabo de guerra entre o PMDB e o PT. Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva argumentam que as obras foram iniciadas no governo petista. Os dois visitarão o Eixo Leste da transposição no próximo domingo, 19, acompanhados do ex-ministro da Integração Nacional Ciro Gomes (PDT), além de senadores e deputados do PT e de outros partidos de oposição.