Moratória acabou, mas a ordem é economizar

O governador Roberto Requião (PMDB) está avisando a cada um dos seus secretários que a fase das vacas magras ainda vai longe. O alerta geral foi dado por Requião no início da semana, quando anunciou o fim da moratória, mas alertou aos secretários que a ordem agora é economizar nas despesas de custeio, ou seja, nos gastos com telefone, combustível, água e energia elétrica. Enquanto o governo não decide o que fazer com os R$ 165 milhões de dívidas herdadas do ex-governador Jaime Lerner (PFL), os chamados “restos a pagar”, todos terão que apertar os cintos e controlar milimetricamente os orçamentos. “A ordem é cortar na própria carne”, revelou um secretário.

Para garantir o cumprimento ao “aperto”, as secretarias serão monitoradas mensalmente. Requião determinou às secretarias do Planejamento, Fazenda e Administração a execução de um programa de redução de despesas de custeio em cada um dos órgãos da administração direta. Uma a uma, as secretarias terão que prestar contas a um gestor de despesas com combustíveis, energia elétrica, telefone e aluguel de imóveis.

O diretor geral da secretaria de Planejamento, Fábio Dória Scatolini, explicou que o papel dos gestores será controlar gastos considerados desnecessários na manutenção da máquina administrativa. O programa prevê cotas específicas de gastos com telefone, luz, água, combustíveis e com locação de imóveis. “O objetivo é atacar as grandes despesas de custeio. A orientação do governador é economizar naquelas despesas que interferem no orçamento de cada pasta. Estamos negociando com os proprietários de imóveis ocupados por órgãos do governo, por exemplo, uma redução nos aluguéis”, explicou o diretor geral, que deve ter em breve um levantamento completo de quanto cada secretaria consome com essas despesas e de quanto deve ser a redução.

Vale-transporte

Na secretaria da Educação, o programa de corte de gastos já está vigorando. A secretaria devolveu boa parte dos carros de uma frota locada de uma empresa privada. No prédio central da secretaria, em Curitiba, dos 14 veículos destinados às atividades dos funcionários, foram mantidos apenas quatro. O trabalho externo é feito agora por meio de taxis ou ônibus.

O diretor geral da secretaria, Ricardo Fernandes Bezerra, afirmou que a extinção do serviço da dupla “carro com motorista” gera uma economia significativa no orçamento: “Nós gastavamos com cada veículo R$ 1, 5 mil ao mês, sem contar o combustível. Tínhamos que pagar o carro e o motorista. Substituimos pelo táxi ou pelo vale-transporte. Com isso, nossas despesas devem reduzir pela metade”, afirmou Bezerra.

A redução dos custos também vai chegar às escolas da rede estadual de ensino. A secretaria está propondo aos diretores a fixação de uma meta de corte no consumo de energia, água, telefone e até de cópias xerox. “Nós estamos conversando com os diretores para estabelecermos uma meta de redução. O que o governador disse é que o que se conseguir reduzir em custeio fica para investimentos no ensino. O que a escola deixar de gastar com energia, por exemplo, vai voltar para a escola em forma de investimentos.

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