Os moradores de Paiçandu, cidade que fica a 10 km de Maringá, no Norte do Estado, viveram ontem um sábado típico das melhores campanhas eleitorais. Pudera: é que hoje acontece, de fato, uma eleição na cidade. Uma eleição atípica, é verdade, que só acabou acontecendo porque o prefeito e o vice eleitos no ano 2000, Jonas Eraldo Lima e Haroldo Françoso, tiveram os diplomas cassados pelo Tribunal Superior Eleitoral em dezembro do ano passado.
Lima está afastado da Prefeitura desde 17 de dezembro do ano passado. O vice-prefeito, Haroldo Françoso também foi cassado. A representação por compra de votos apresentada pelo diretório municipal do Partido Democrático Trabalhista (PDT) foi julgada improcedente pelo juiz da 154.ª Zona Eleitoral, que entendeu não haver provas dos atos irregulares. Desta decisão houve recurso do partido para o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná. O TRE decidiu pela cassação dos diplomas e pela posse do segundo colocado na eleição.
O prefeito e o vice-prefeito recorreram da decisão no TSE, que manteve a decisão de cassação dos eleitos, mas decidiu (por maioria) pela realização de nova eleição, tendo em vista que os votos de Jonas Eraldo de Lima deveriam ser considerados nulos e a nulidade de mais de 50% dos votos (o prefeito eleito obteve 50,57% dos votos válidos), segundo o Código Eleitoral, determina a realização de nova eleição.
Com a confirmação da nova eleição, começou uma disputa muito acirrada na cidade. Paiçandu, que tem 30 mil habitantes, tem cinco candidatos. Segundo uma pesquisa eleitoral feita na cidade esta semana, o favorito seria o advogado Moacir de Oliveira, da coligação PMDB/PDT. Ele tem apoio do prefeito de Maringá, José Claudio, do PT, e do governo do Estado. Na segunda colocação aparece a vereadora Maria Rita Zirondi, da coligação PSDB/PFL, e no terceiro lugar está Anísio Monteschio Jr., candidato da coligação PTB/PSC/PSB/PPB. Os candidatos Aparecido Rosa, o Cidão Piauí, do PPS, e o vereador Waldomiro Roque de Oliveira, do PTN, aparecem na pesquisa com menos de um por centro das intenções de voto.
Segundo informações da Justiça Eleitoral de Maringá, a eleição em Paiçandu implicou em um investimento de cerca de R$ 10 mil em infra-estrutura. No geral, de acordo com as informações prestadas pelos próprios candidatos, os gastos em materiais de campanha chegaram a R$ 250 mil.
A votação se desenvolverá das 8h às 17h. Mais de trezentos mesários foram convocados para trabalhar nas 56 sessões eleitorais, divididas em onze postos de votação. A previsão é de que em menos de duas horas depois moradores do município já conheçam o nome do novo prefeito. A apuração será feita no Fórum Eleitoral de Maringá.