O ex-chefe de gabinete da Casa Civil do governo Alckmin, Luiz Roberto dos Santos, o “Moita”, alvo da Operação Alba Branca, ficou de fora da denúncia criminal da Procuradoria-Geral de Justiça que atingiu em cheio o ex-presidente da Assembleia Legislativa, deputado Fernando Capez (PSDB), e outros oito investigados – inclusive o ex-chefe de gabinete da Secretaria de Estado da Educação Fernando Padula.

continua após a publicidade

A Operação Alba Branca desarticulou crimes contra licitação na Secretaria de Estado da Educação para o fornecimento de suco de laranja para merenda escolar do Estado.

continua após a publicidade

Desencadeada pela Polícia Civil e pela Promotoria, em janeiro de 2016, a ação mirou contratos para o fornecimento de suco e produtos agrícolas a pelo menos 30 prefeituras do interior do Estado pela Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (COAF).

continua após a publicidade

O procurador-geral de Justiça Gianpaolo Smanio denunciou Capez, executivos da COAF, Fernando Padula, além do lobista Marcel Julio e seu pai, o ex-deputado Leonel Julio (MDB). Smanio requereu ao Tribunal de Justiça suspensão do mandato de Capez e seu afastamento das funções de procurador de Justiça.

“Moita”, um dos importantes suspeitos das investigações, não é alvo da acusação. Ele foi o braço direito do então chefe da Casa Civil, Edson Aparecido, até 2016 – caiu na véspera da deflagração da Operação Alba Branca. Grampos da ação pegaram “Moita”, também ligado ao PSDB, operando com a quadrilha da merenda de sua sala no Palácio dos Bandeirantes, sede do Executivo estadual.

Uma escuta flagrou “Moita” aconselhando o lobista da organização Marcel Júlio a pedir reequilíbrio financeiro de um contrato com a Educação estadual. Ele teria sido orientado pelo então chefe de gabinete da Pasta, Fernando Padula. Em ligação grampeada, “Moita” fala do “nosso homem”, segundo os investigadores referência a Padula.

Gianpaolo Smanio propôs que seja encaminhada à Central de Inquéritos Policiais e Processos (CIPP), em caráter sigiloso, cópia do voto em separado apresentado na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Merenda pelo deputado estadual Alencar Santana Braga (PT), “para conhecimento e eventuais providências criminais cabíveis em relação a Luiz Roberto dos Santos, vulgo ‘Moita'”.