O governo do Estado está se mobilizando para a manifestação em defesa da administração pública do Porto de Paranaguá, que está marcada para a manhã do próximo sábado, em Paranaguá. Ontem, o governador Roberto Requião (PMDB) disse que as empresas que usam o Porto de Paranaguá para exportar seus produtos terão perda de competitividade se o terminal deixar de ser administrado pelo poder público estadual e passar a ser gerenciado pela iniciativa privada. Segundo o governador, uma tonelada de grão é exportada no silo público por US$ 1,17, ou R$ 3,35, enquanto no sistema privado, o custo mínimo é de US$ 7 por tonelada. "Este é o efeito da privatização", avisou Requião, que vê no projeto de decreto legislativo de autoria do deputado federal Ricardo Barros (PP) uma manobra para privatizar o Porto de Paranaguá, ao propor que a União assuma a administração do terminal por noventa dias.
Durante a reunião do secretariado de ontem, Requião recebeu o manifesto de vinte e três prefeitos, vereadores e empresários contra a federalização dos portos. A iniciativa do documento foi do coordenador regional da Secretaria do Trabalho, em Ponta Grossa, João Barbiero. Segundo Barbiero, lideranças políticas e empresariais estão se organizarndo para apoiar o governo do Estado na manutenção do porto.
Em Maringá
No final da reunião do secretariado, o deputado estadual Rafael Greca (PMDB) fez um convite para que todos os seus colegas de bancada se envolvam na defesa do porto público. Segundo Greca, em cada cidade da base eleitoral dos peemedebistas deveria ser instalada uma barraca para coletar assinaturas de apoio à administração estadual do porto. Greca sugeriu que a campanha que batizou de "O Porto é Nosso" deveria ser feita também em Maringá, base eleitoral do deputado Ricardo Barros, a quem chamou de "Calabar", uma versão nacional e contemporânea do Judas.