Missão do PT é defender Lula em 2006

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse ontem em Curitiba que independente do resultado das eleições de hoje para a presidência do PT, o partido vai ter que rever uma série de práticas e dar explicações à sociedade brasileira. Segundo o ministro, há um consenso no PT de que existe esta expectativa na sociedade. Bernardo alegou ainda que o partido deve se preparar para percorrer uma dura trajetória de agora em diante para resgatar a credibilidade perdida. Além disso, Bernardo acha fundamental que o PT se engaje na campanha pela reeleição de Lula.

Paulo Bernardo esteve ontem em Curitiba onde foi registrado o último debate, no auditório da Unidandrade, entre os dois candidatos que disputam a presidência do Partido dos Trabalhadores (PT), o deputado federal paulista Ricardo Berzoini e o deputado estadual gaúcho Raul Pont. O segundo turno das eleições para a presidência nacional do PT acontece hoje.

O ministro destacou que reorganizar o partido é a tarefa principal da nova direção do PT. E afirmou que a reeleição deve ser outro tema importante para o partido. "O PT não tem outra saída se não defender o presidente Lula para as próximas eleições. Hoje existe muita contradição interna no partido, petistas criticando petistas e não é este o caminho", disse. Bernardo afirmou que o PT não pode cair no erro de fazer oposição a si mesmo. Ele disse que o discurso dúbio ou de oposição ao governo federal não pode ser adotado se o PT quiser conquistar a reeleição em 2006. "Eleitoralmente falando, a única alternativa do PT é defender as conquistas e avanços do governo Lula".

O ministro afirmou que a nova direção terá que rever uma série de práticas e dar explicações à sociedade brasileira que quer ver medidas práticas a serem tomadas para que isso efetivamente ocorra. Bernardo avaliou como "uma dura trajetória" o caminho que o PT deverá percorrer de agora em diante, para tentar resgatar a credibilidade dos brasileiros. Ele disse que a única forma de impedir que ocorram novos problemas semelhantes ao enfrentado pelo PT é mudar a lei eleitoral. "Nos tornamos iguais aos outros partidos, adotamos as mesmas práticas. Foi este o problema", disse.

O candidato do Campo Majoritário, Ricardo Berzoini, venceu o primeiro turno das eleições com 42% dos votos em todo o Brasil. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o deputado José Dirceu e o ministro Paulo Bernardo também integram o Campo Majoritário. Já o deputado Raul Pont, da Democracia Socialista, é a opção das tendências petistas de esquerda. Ele conseguiu 14,7% dos votos. No entanto, para este segundo turno, Pont conseguiu reunir o apoio das chapas minoritárias que fazem oposição a Berzoini. A esperança dos esquerdistas do PT é conseguir os votos dos 57,3% dos eleitores que votaram contra Berzoini no primeiro turno.

Em Curitiba também haverá segundo turno para a eleição da presidência do PT. Os organizadores esperam reunir cerca de 1,6 mil eleitores para decidir quem assumirá o PT na cidade: o ex-vereador Adenival Gomes ou o ex-vereador Pedro Paulo Costa. A apuração dos votos locais será no Sindipetro e o resultado extra-oficial deverá ser conhecido por volta das 20 horas.

Esquerda quer barrar moderados

São Paulo – As correntes minoritárias do PT, que juntas tiveram 58% dos votos no Processo de Eleições Diretas (PED), marcaram uma reunião para dia 17, em São Paulo. O objetivo é impedir que o Campo Majoritário tome conta da executiva nacional. As correntes minoritárias tentarão se unir independentemente de quem seja o vitorioso, neste domingo, na disputa pela presidência do PT: Ricardo Berzoini, do Campo Majoritário, ou Raul Pont, da Democracia Socialista.

Segundo o secretário de Formação Política do PT, Joaquim Soriano, líder da Democracia Socialista (DS), todas as correntes, menos o Campo Majoritário (que não foi convidado) confirmaram presença.

As correntes minoritárias esperam inverter a lógica que dominou o PT nos últimos dez anos. Se a tentativa de articulação funcionar, eles convidarão o Campo Majoritário para outra reunião, dia 21, véspera do encontro do diretório nacional no qual a nova direção tomará posse e serão escolhidos os 18 integrantes da executiva nacional. Normalmente, é o grupo majoritário que se reúne na véspera dos encontros do diretório, fecha posições e entrega um pacote de decisões aos demais.

"As minorias, ou melhor, a nova maioria vai se reunir dia 17 para decidir método e critérios. Depois, faremos uma reunião com todas as correntes para chegar ao diretório com um acordo para a composição da nova executiva", disse ele.

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