Missão do Paraná já gerou R$ 70 milhões

O governador Roberto Requião, o ex-governador Paulo Pimentel e o jornalista Fernando Mesquita, reuniram-se anteontem à noite com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez. O encontro aconteceu durante um jantar à portas fechadas no Palácio Miraflores, em Caracas, onde se tratou de assuntos políticos e econômicos. Os secretários que acompanham Requião não participaram do encontro.

O governador convidou o presidente da Venezuela para visitar o Paraná. Chávez sinalizou que a viagem poderá ocorrer em março de 2006. O convite de Requião foi feito depois que o presidente da Venezuela relatou que seu país tem dificuldades no acesso a tecnológias de ponta no setor de exploração e refino dos derivados de petróleo.

O governador do Paraná se dispôs a apresentar ao presidente venezuelano as empresas paranaenses que podem contribuir com novas tecnológias. Requião também disse, na ocasião, que "estamos aqui para praticar a política desenhada entre Brasil, Argentina e Venezuela, estabelecendo resistência à política neoliberal que só quer nos tratar como mercado". O governador também condenou os produtos transgênicos e afirmou que o Paraná está em condições de fornecer produtos não-modificados genéticamente à Venezuela, principalmente a soja.

Requião também se encontrou com o ministro para a Integração e Comércio Exterior, da Venezuela, Gustavo Marques Marin. A comitiva paranaense procura estreitar as relações comerciais entre o Estado e aquele país que está se preparando para integrar o Mercosul. Requião está na Venezuela em um momento considerado dos mais favoráveis para a implantação do Mercosul. Há duas semanas, o presidente Hugo Chávez chamou à atenção durante a Cúpula das Américas, realizada em Buenos Aires, quando se referiu de maneira depreciativa à defesa que os norte-americanos fazem da Alca (Acordo de Livre Comércio das Américas). Chávez é um dos maiores entusiastas de uma integração entre os países latino-americanos.

Negócios

A missão comercial que o Paraná realiza na Venezuela já rendeu negócios de, pelo menos, de R$ 70 milhões. O balanço inicial foi divulgado ontem, pelo governador Roberto Requião. "Desse total, 70% estão sendo canalizados para os exportadores paranaenses e 30% para os empresários da Venezuela", calculou. Requião disse também que, de janeiro a outubro, o Paraná exportou para os venezuelanos US$ 146 milhões contra US$ 83 milhões no mesmo período de 2004, uma alta de 75%. Os números apresentados por Requião também foram levados ao presidente Hugo Chávez, com quem o governador acertou a ampliação do intercâmbio.

"Chegou a hora de medidas práticas para o avanço dos laços econômicos e sociais entre os países sul-americanos. É preciso que os países do Mercosul, em especial a Venezuela, futuro novo membro, sintam que não somos apenas um grande mercado, mas uma região de laços de cidadania, de preservação de valores individuais e de objetivos comuns de desenvolvimento", afirmou Requião.

Nesta sexta-feira, as rodadas de negócios, de investimentos e mesa de integração entre o Paraná e a Venezuela serão encerradas. Segundo o secretário da Indústria, do Comércio e Assuntos do Mercosul, Virgílio Moreira Filho, os primeiros resultados serão apresentados ao embaixador do Brasil na Venezuela, João Carlos de Souza.

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