Minoria na Câmara Municipal de Curitiba, o PT, PMDB, PV e PPS estão se articulando para buscar na Justiça a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as denúncias contra o vereador João Claudio Derosso (PSDB). As assinaturas para a CPI já foram colhidas, com o apoio da bancada governista, mas até agora a CPI não foi instalada. Na próxima segunda-feira (29), os representantes dos partidos vão se reunir na sede do PV para decidir o que farão para garantir o funcionamento da CPI.
Além da instalação da CPI, os partidos estão pretendendo garantir uma terceira vaga na Comissão, dominada pelos aliados do presidente da Câmara Municipal de Curitiba. PMDB, PV, PPS e PP não tem direito à indicação na Comissão, que tem representação garantida do PSDB, PT, PDT e DEM.
Em nota distribuída neste sábado (27), a presidente do PT de Curitiba, Roseli Isidoro, destacou que o requerimento de CPI, com 35 assinaturas, já foi apresentado há quinze dias. “Embora não exista um prazo regimental que obrigue a instalação imediata, a coisa pode esfriar. Se a gente recuar desse momento de pressão, essa CPI não sai”, afirmou a dirigente do PT.
Derosso prestou depoimento, em caráter fechado, durante a semana, ao Conselho de Ética da Câmara Municipal. Na próxima terça-feira (30), a Comissão espera ouvir a jornalista Claudia Queiroz, sócia de uma agência de publicidade contratada pela Câmara e esposa de Derosso. O presidente da Câmara é acusado de beneficiar a mulher na licitação para os serviços de publicidade e também de contratações irregulares de servidores, entre eles, uma cunhada, incorrendo na prática de nepotismo.
As denúncias contra Derosso também estão sendo apuradas pelo Ministério Público Estadual (MPE). Na sexta-feira (26), o vereador tucano prestou depoimento aos promotores do MPE, que não forneceu informações sobre a primeira audiência de Derosso.